Para aliados Onyx Lorenzoni deve deixar o governo por esvaziamento da pasta

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Desde a demissão de Vicente Santini, que chegou a ser admitido em outra função e demitido novamente, aliados passaram a defender que o ministro chefe da casa civil deixe o governo.

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) resolveu promover certo esvaziamento na Casa Civil, ao decidir tirar o Programa de Parcerias e Investimento (PPI) da pasta.  Para os aliados do ministro Onyx Lorenzoni, o melhor a ser feito no momento é deixar o governo e voltar para a Câmara dos Deputados. O ministro está em férias e retorna a Brasília na segunda-feira (3).

Para os interlocutores do ministro da Casa Civil, Jair Bolsonaro deixou claro, pelas redes sociais, seu descontentamento com Onyx ao mandar demitir novamente Vicente Santini, exonerar o secretário-executivo que o havia substituído, Fernando Moura, e transferir o PPI para o Ministério da Economia. Com tais medidas o ministro perde praticamente qualquer poder à frente da Casa Civil e já vinha sendo bombardeado por outros ministros.

Onyx Lorenzoni foi um dos primeiros a embarcar na candidatura de Jair Bolsonaro, chefiou a transição e ganhou como recompensa o comando daquele que deveria ser o principal ministério do governo. Ao longo do ano passado, porém, ele foi perdendo poder. Primeiro, a articulação política. Depois, a Secretaria de Assuntos Jurídicos. Com isso, deixou de despachar diariamente com o presidente, como fazia. Havia ganhado, em compensação, o comando do PPI. Agora, perde o programa responsável pelas concessões e privatizações do governo.

De acordo coma a avaliação de assessores diretos do presidente, a situação de Lorenzoni ficou “fragilizada”, mas Bolsonaro deve deixar com o ministro da Casa Civil a decisão de sair ou não do cargo. Segundo um interlocutor do presidente, ele vai aguardar o retorno do ministro, que pode antecipar a volta a Brasília para esta sexta-feira (31), para decidir seu futuro.

No Palácio do Planalto, a definição sobre a situação da Casa Civil depois de perder o comando do PPI para o Ministério da Economia é de “terra arrasada”. Nas palavras de um assessor palaciano, não sobrou praticamente nada de “relevante” na pasta, depois que ela já havia perdido a articulação política e a Secretaria de Assuntos Jurídicos.

A expectativa é a de que outros assessores de Lorenzoni também sejam demitidos nos próximos dias. Até agora, Vicente Santini e Fernando Moura foram exonerados, mas o presidente estaria irritado com outros auxiliares do ministro da Casa Civil.

No gabinete presidencial, a informação é a de que o presidente não sabia da nomeação de Vicente Santini para um cargo de assessor especial da Casa Civil, do qual Bolsonaro mandou exonerá-lo nesta quinta-feira (30). Na quarta (29), a Casa Civil havia informado que Bolsonaro sabia da nomeação do ex-secretário-executivo da pasta para um posto de assessor especial, o que irritou o presidente.

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