Ômicron pode ser presente de Natal para a humanidade

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Em mais uma investida do STF contra o governo Bolsonaro, o ministro Luiz Roberto Barroso deu 48 horas para que quatro ministérios expliquem o motivo de o governo não ter ainda exigido o passaporte sanitário nos aeroportos. O ministro citou a ômicron, nova variante do novo coronavírus.

O ministro Barroso diz ter se tratado (e se curado) de um câncer com o guru religioso João de Deus, quem ele julga ter “alguma coisa totalmente transcendente”. Na vida pessoal, é todo transcendência. Na vida pública, o discurso do iluminismo e da ciência. Logo esse ministro vem tratar da inércia do governo em não seguir a ciência.

Provocado pelo partido Rede, o STF alega a orientação da Anvisa no sentido da exigência do passaporte. No entanto, a OMS tem se posicionado contra o fechamento de fronteiras que países europeus estão fazendo, evitando voos oriundos da África do Sul. Já estão chamando a atitude de apartheid de viagens.

No mesmo dia em que Barroso tenta se imiscuir nas atividades de governo, ameaçando tomar para si as prerrogativas do Executivo, cientistas dizem que a nova variante do vírus chinês, a ômicron, identificada na África do Sul, pode ser um presente de Natal antecipado para humanidade. Pode significar o fim da pandemia. A expressão é do próximo ministro da saúde alemão, Karl Lauterbach, epidemiologista.

Ômicron é a décima quinta letra do alfabeto grego e significa pequeno. Pelo alarme inicial da OMS, parecia o contrário de seu nome, seria uma grande ameaça, uma cepa cheia de mutações e imune às vacinas. Em seguida, a boa notícia. Com alto poder de disseminação, mas sem gravidade, logo se torna a dominante. Febre baixa e garganta arranhando são sintomas que logo desaparecem.

Desde de que foi detectada, não há registro de internação, tampouco de morte. Ela veio otimizada para infectar, não para matar. Como se ficasse inteligente e decidisse preservar o hospedeiro para não morrer junto com ele. Há base científica para o otimismo. É uma tendência da maioria dos vírus respiratórios. E quem também está otimista é nada menos que Anthony Fauci, conselheiro de Biden.

Muitos criticam quando se denomina o novo coronavírus como o vírus chinês, para não estigmatizar pessoas. Tanto que as variantes passaram a ser denominadas por números e letras, mas esta última, mesmo chamada de ômicron, traz um aposto, a variante africana, reforçando o preconceito. Mas tem seu lado bom. Esperamos em breve exaltar os africanos por ter vindo de lá a variante que pôs fim à maléfica pandemia.

Mesmo que houvesse problema com a ômicron, não se justifica a atitude de Barroso, o transcendente iluminista (lembrou-me a ex-prefeita socialista esotérica). São ações assim que apequenam o STF. O supremo vira o micro.

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