A Cura é para poucos
Espetáculo cultural com regras de participação reúne pouco público no Arco de Sobral. “É lindo de ver sim, mas o preço é muito caro” afirma participante.
Na noite de terça-feira (7) o Arco de Sobral ficou escuro para receber a apresentação do espetáculo Cura, da Cia. de Dança Deborah Colker que teve a duração de 75 minutos. Com o público menor que o esperado e com o gasto de R$ 340 mil da prefeitura de Sobral além da parte pelo Ministério do Turismo através da Lei de Incentivo a Cultura, apresentado pelo Bradesco Seguros e com patrocínio do Instituto Cultural Vale. A apresentação não atingiu 1% da população do município.
Com a obrigatoriedade de apresentação do comprovante de vacina e inscrição prévia o espaço reservado dentro do perímetro isolado não foi totalmente preenchido. E muitos sem os pré-requisitos assistiram no entorno do isolamento.
O evento é o primeiro realizado pela prefeitura no pós pandemia. E deve ser o único pelo menos até o carnaval, já que o prefeito decretou que não serão realizados eventos de Réveillon ou carnaval em Sobral.
“Me arrepiei do início quando ela conta sobre a produção até o fim do espetáculo. Dá para sentir o que ela representa nos movimentos de dança e os sentimentos entram na aula” conta Mario Simão.
A Cura, apresentada pela Cia. Deborah Colker, traz um significativo e representativo espetáculo onde proporciona através da percussão, cores e rítmica tradicional africanas o melhor e o pior dos sentimentos. Conta ao público não apenas seu contexto pessoal como também sua perspectiva sobre as doenças “sem cura”.
Para Fernanda Melo o espetáculo é muito significativo apesar de não ser diretamente ligado ao contexto da pandemia. “Nós precisamos da Cura, não apenas do Covid, mas para muitas doenças sociais que assolam a cidade”. Ela ressalta que considera importante um maior investimento na cultura, mas discorda sobre o gasto com o espetáculo que foi muito alto para o pouco público que atingiu “É lindo de ver sim, mas o preço é muito caro. Imagino nossa população que é mais de 200 mil, e o público aqui hoje. O que não poderíamos fazer com esse valor para abranger e levar a acultura aos bairros”.