Coronavírus: Doenças pré-existentes são as principais causadoras da morte dos pacientes
Entre as pessoas do chamado grupo de risco têm-se aquelas com doenças crônicas, enfermidades que naturalmente enfraquecem o organismo de diferentes formas.
A maioria das vítimas do coronavírus que foram a óbito era paciente com doenças crônicas. Essas enfermidades enfraquecem o organismo de diferentes formas. O sistema imunológico humano trabalha bastante todos os dias, e geralmente nem percebemos. Ele é responsável por proteger nosso corpo contra intrusos perigosos, como vírus. Isso pode ser difícil no caso de pessoas com um sistema imunológico enfraquecido.
Por esta razão quem apresenta alguma doença pré-existente, deve ter cuidado redobrado para evitar infecções e, agora, principalmente, o novo coronavírus. A seguir, as principais doenças crônicas que colocam em risco quem contrai o vírus:
Doenças pulmonares crônicas
Pessoas com asma possuem pulmões danificados. No caso de ataques, a mucosa bronquial inflama, as vias respiratórias se contraem e estreitam. Isso afeta principalmente a expiração, que exige muito mais força. Os asmáticos têm menos capacidade de exalar o ar dos pulmões, o que pode ocasionar falta de ar aguda e até asfixia. O corpo está ocupado em atuar contra isso e, portanto, se enfraquece.
Somente na Alemanha, há cerca de 8 milhões de asmáticos. A maioria sofre de um dos dois tipos de asma: a alérgica e a não alérgica. Um ataque de asma pode ser causado por alérgenos ou infecções respiratórias, como no caso de uma doença viral. O corpo não só precisa lutar contra a asma, mas também contra outras doenças. Exige-se muito do organismo, às vezes até demais, e o sistema para de funcionar, na pior das hipóteses com consequências fatais.
DPOC – uma doença respiratória incurável
A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) também é uma enfermidade respiratória. Pesquisadores acreditam que o tabagismo é um fator importante para a DPOC. De qualquer forma, os pacientes com esse diagnóstico são afetados em dose dupla quando seu corpo e seu sistema imunológico também têm que lutar contra outra doença.
Pessoas enfraquecidas por essas doenças crônicas têm mais dificuldades em combater uma infecção do que as saudáveis. Se os pulmões estiverem danificados, a situação para os vírus é relativamente mais fácil.
Diabetes
Diabéticos possuem um sistema imunológico mais fraco do que indivíduos saudáveis. Isso se aplica a ambas as formas de diabetes: tipo 1 e tipo 2.
O tipo 1 é uma doença autoimune. Os anticorpos destroem as células beta do pâncreas produtoras de insulina. O corpo não produz, portanto, quantidade suficiente desse hormônio e sofre de hiperglicemia (nível muito alto de glicose no sangue). Essas taxas elevadas de açúcar no sangue enfraquecem o sistema imunológico. No caso de uma doença infecciosa, no pior das hipóteses com estado febril, a condição geral dos diabéticos pode se deteriorar. Isso se aplica mesmo a pacientes cujo diabetes está bem medicado.
Além da disfunção do metabolismo de açúcar, o diabetes pode alterar vasos sanguíneos e atacar órgãos, o que pode prejudicar o equilíbrio do organismo. Assim o corpo em piores condições terá dificuldades para enfrentar um vírus que o ataca.
Doença cardiovascular
Essas enfermidades incluem a cardiopatia coronária ou isquêmica. Isquemia é a redução ou obstrução completa do fornecimento sanguíneo para um tecido orgânico. O estreitamento de uma das artérias coronárias leva à falta de oxigenação do sangue. A arteriosclerose, ou seja, a calcificação vascular, é responsável por isso. Neste caso, uma infecção pode ter consequências fatais.
Também pessoas com defeitos nas válvulas cardíacas precisam ter mais cuidado do que indivíduos saudáveis. Para aqueles que sofrem de doenças cardiovasculares, uma infecção viral pode desestabilizar o corpo. Um metabolismo que funciona bem é urgentemente necessário. Caso contrário, o corpo se torna muito mais vulnerável, completamente sobrecarregado e com suas funções limitadas.
Pressão alta
Entre 20 milhões e 30 milhões de alemães sofrem de hipertensão, ou seja, pressão alta. Essa doença implica também aumenta o risco no caso de infecções. Em longo prazo, a hipertensão danifica os vasos sanguíneos.
Uma pressão sanguínea sempre muito alta afeta o coração, que fica permanentemente sobrecarregado. Isso pode levar a graves doenças cardiovasculares, que podem se tornar crônicas e reduzir a capacidade do corpo para lidar com uma infecção.
Geralmente, os pacientes reconhecem esse perigo silencioso tarde demais, às vezes apenas após um derrame ou um ataque cardíaco. O sistema enfraquecido é, então, uma presa fácil para vírus.
Câncer
Pacientes com câncer também correm alto risco no caso de infecções. Diferentes terapias enfraquecem seu sistema imunológico. Somente na Alemanha, cerca de 1.400 pessoas são diagnosticadas com câncer todos os dias.
Centenas de milhares estão em tratamento ou em terapia. Isso inclui quimioterapia. Para tal, os médicos usam medicamentos citostáticos, destinados a combater o crescimento de células cancerígenas. Mas eles não atacam apenas as células cancerígenas. Tecido saudável também sofre com esses remédios.
Esse processo tem um grande impacto no sistema imunológico. O corpo fica mais suscetível a patógenos. A extensão em que o corpo é afetado depende de vários fatores, como o tipo de câncer e as condições gerais do paciente.
De qualquer forma, quem faz quimioterapia ou radioterapia deve ser extremamente cuidadoso para evitar qualquer tipo de infecção e doença. Esses indivíduos precisam ficar longe de pessoas resfriadas, por exemplo.
Doenças autoimunes
Nesses casos, os médicos geralmente prescrevem medicamentos imunossupressores a seus pacientes. Eles inibem a atividade do sistema imunológico, para evitar que ele se volte contra o próprio corpo. As drogas enfraquecem o mecanismo de defesa ou até o desativam.
Isso torna o organismo mais suscetível a patógenos, como o vírus da gripe ou o coronavírus. Esse grupo de pacientes inclui, por exemplo, aqueles com doenças autoimunes, como esclerose múltipla, reumatismo ou doenças inflamatórias intestinais crônicas, como a Doença de Crohn. Pessoas infectadas por HIV também tomam esses medicamentos.
Por um lado, os imunossupressores ajudam a manter o sistema imunológico sob controle, mas eles também o enfraquecem. Se vírus e outros agentes infecciosos estiverem por toda parte, pessoas com doenças autoimunes devem ser particularmente cuidadosas, pois uma infecção pode ter consequências fatais.