Prefeitura de Sobral despreza professores e reduz em 65% a diferença para o piso nacional

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O prefeito Ivo Gomes, de Sobral, anunciou reajuste de apenas 21% do piso salarial dos professores do município. Defasagem de 13 pontos percentuais do valor anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro: 33,24%. O reajuste do piso nacional foi seguido pelo Governo do Estado, pela Prefeitura de Fortaleza e mais de uma centena de municípios cearenses. Sobral, a cidade da educação, preferiu não valorizar os professores.

Logo que o reajuste foi sancionado por Bolsonaro, a vice-governadora Isolda Cela correu às redes sociais para protestar. Disse que o presidente da República nada mais fez do que cumprir a Lei do Piso, que estabelece os indicadores. Bolsonaro ao dar o maior reajuste de toda a história do piso, foi criticado pela futura governadora. Mas, agora, quando seu correligionário Ivo Gomes dá só dois terços do que manda a Lei, Cela se cala.

A Prefeitura de Sobral argumenta que já paga acima do piso. É verdade. No ano passado, pagava 3.777 reais enquanto o piso nacional era de R$ 2.886,00. A diferença equivalia a 17%, que agora foi reduzida para 6%. A diminuição de 11 pontos percentuais representa uma redução de 65% na diferença entre os valores do piso nacional para o municipal. Para manter a mesma paridade, o professor de Sobral deveria ganhar R$ 4.500.

INDICADORES RUINS

Os números indicam que a gestão de Ivo Gomes foi a pior para a educação de Sobral. Pela primeira vez na história, houve queda na nota do Ideb, até então crescente a cada ano. Caiu de 9,1, em 2017, para 8,4 em 2019. Já na avaliação externa estadual, Sobral figurava com 38 escolas contempladas com o Prêmio Escola Nota 10. Este número despencou para 22, em 2017. E agora, mais um indicador recuou – o da diferença para o piso nacional.

Outro fato surpreendente foi no exame de admissão para o Colégio Militar Jarbas Passarinho, quando a educação de Sobral levou bomba: 80% dos candidatos que fizeram o exame não conseguiram atingir a nota mínima (5) em Português e Matemática.

O trato com a educação foi demonstrado mais uma vez com a demissão sumária de professores que participaram de manifestação a favor do pagamento integral do novo piso salarial. A prefeitura tentou abafar o movimento com forte pressão, denunciada pelo presidente do Sindicato dos Servidores, Gilcélio Paiva. Chegou ao absurdo de um diretor ameaçar ligar para a secretaria de Saúde para cortar o oxigênio do pai de um professor caso ele participasse da manifestação.

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