Combinação da alta da taxa básica de juros do país (Selic) com a elevação do preço das commodities atrai dinheiro externo e explica queda da cotação no mercado nacional

O dólar passou a perder valor nas negociações do país nesta segunda-feira (21), sendo negociado abaixo dos R$ 5 à medida que investidores continuam enxergando boas oportunidades de investimento no Brasil diante da alta dos juros e da disparada do preço das commodities.

Às 11h40 (de Brasília), o dólar à vista recuava para R$ 4,94 na venda, com o real ostentando o melhor desempenho do dia entre as outras moedas.

A consolidação do movimento de queda do dólar começou a partir das 10h (de Brasília), depois de a divisa ter mudado de sinal várias vezes ao longo das primeiras negociações. No pico do dia, chegou a subir 0,25%, a R$ 5,0295.

Na B3, às 11h08 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 1,07%, para R$ 4,9910.

Alexandre Netto, chefe de câmbio, disse à Reuters que a desvalorização do dólar parece ser uma “combinação de mais um movimento de alta no preço de commodities e fluxos positivos de investimento no Brasil”.

O preço de várias commodities — do milho ao petróleo — disparou desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, conflito que até agora não ofereceu sinais concretos de resolução. A valorização desse tipo de produto tende a aumentar o ingresso de dólares em países exportadores.

Em 2022, o dólar acumula baixa de mais de 10% em relação ao real, o que deixa a divisa doméstica com o melhor desempenho global no período.

Enquanto isso, a moeda americana tinha pouca alteração no exterior, com seu índice ante uma cesta de rivais fortes em queda de 0,04%.