Uso de redes sociais tem relação com efeitos negativos na saúde mental de jovens, diz estudo
Cientistas britânicos concluíram que adolescentes que usam mais mídias sociais têm mais insatisfação com a vida.
O uso de redes sociais tem relação com insatisfação e impactos negativos na saúde mental de jovens e adolescentes, concluiu um novo estudo científico. A pesquisa, publicada no períodice Nature Communications, afirmou que jovens que usam mídias sociais com mais frequência em certas faixas etárias enfrentam piora em índices de satisfação com a própria vida um ano depois.
Os pesquisadores — liderados por Amy Orben, psicóloga que dirige o programa de Saúde Mental Digital da Universidade de Cambridge — reconhecem que a relação entre saúde mental e redes sociais é bastante complexa, uma vez que tais plataformas são parte integrante da rotina de quase todos os adolescentes.
Para conseguir respostas, os cientistas traçaram diferentes de níveis de insatistação entre homens e mulheres e estabeleceram “janelas etárias de desenvolvimento” cognitivo e social. Com esse método, foi possível concluir que meninos entre 14 e 15 anos e meninas entre 11 e 13 anos são os grupos mais vulneráveis aos possíveis efeitos negativos das mídias sociais.
Em outros estágios da vida, os impactos são minúsculos, inexistentes ou mais difíceis de definir. Por exemplo, jovens de ambos os sexos, entre 16 a 21 anos, enfrentam quedas de satisfação com a vida tanto com mais uso de redes sociais, quanto com menos uso. Esssa variações exigem uma nova rodada de pesquisas para se tornarem conclusões mais definitivas.
Para chegar aos números, os cientistas analisaram detalhadamente diversas pesquisas feitas no Reino Unido, que questionavam coisas como o tempo de uso de redes sociais e satisfação com a vida. Na maior delas, 72.000 pessoas com idade entre 10 e 80 anos foram ouvidas, em sete rodadas de entrevistas, entre 2011 e 2018.
Uma segunda pesquisa analisada por Orben e seus associados ouviu 17.000 jovens entre 17 e 21 anos no país, com um tipo similar de questionário. Os números mostraram uma relação clara entre saúde mental ruim e redes sociais.
Orben, entretanto, ressalta que há limitações no estudo. O maior deles é que não é possível dizer que as redes sociais são a causa da insatisfação, apenas que existe uma relação entre uma coisa e outra. Como os dados do estudo são obtidos através de entrevistas, cada entrevistado pode ter um entedimento diferente entre usar muito ou pouco mídias sociais.
Conseguir dados mais concretos esbarra nas próprias empresas que controlam essas redes. Corporações como a Meta não dão acesso à estatísticas por faixas estárias ou tempo de uso das mídias, o que complica a exatidão de pesquisas independentes.
Dados do tipo permitiram que os cientistas estabelecessem com mais exatidão se as redes sociais causam tais efeitos negativos e quais faixas etárias são as mais prejudicadas. Apenas assim, ressalta Orben, políticas públicas poderiam ser elaboradas para proteger jovens e adolescentes de possíveis consequências do tipo.
Fonte: profissionaisti.com