Ceará conta com 27 açudes que sangraram
Há 10 anos o açude do Junco, localizado no município de Granjeiro, não atingia sua capacidade máxima.
De acordo com o Portal Hidrológico do Estado, atualizado na noite desta terça-feira (19), o açude do Junco foi a última barragem, até agora, a verter suas águas, no domingo (17). Segundo dados da série histórica, a última sangria do reservatório havia sido registrada em junho de 2012. O açude tem capacidade para pouco mais de 2 milhões de metros cúbicos (m³).
Em 2017, com o baixo volume de chuvas registrado no município, o Junco chegou a operar no volume morto, com menos de 5% da capacidade. Antes da escassez, a barragem era a principal fonte de abastecimento hídrico no município, que tem cerca de 4,8 mil habitantes.
Segundo o gerente da Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) no Cariri, Alberto Medeiros, depois do colapso enfrentado pelo reservatório, a população passou a ser atendida por poços artesianos. “Desde que o açude praticamente secou, uma bateria de poços foi perfurada nas proximidades da barragem para garantir o abastecimento dos moradores. Então, o reservatório estando cheio, como agora, além da água que está acumulada na superfície, também ajuda na situação hídrica do subsolo”, explica.
De acordo com os dados do Portal Hidrológico, além dos reservatórios que já trasbordaram, há outros dez açudes na iminência de sangrar. Todos eles estão com recargas hídricas acima de 90% da capacidade. O mais próximo a verter suas águas deve ser o Açude Do Coronel, em Antonina do Norte, também no Cariri, que acumula aporte de 99,45%. Em situação oposta, outros 59 reservatórios estão em estado de alerta para escassez, com volume inferior a 30%.