Integração energética na América do Sul pode baratear conta

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Brasil, Argentina e Chile têm picos alternados de energia do vento, hidrelétrica e solar; uso de excedentes pode ajudar a eliminar energia termelétrica.

As energias renováveis são mais baratas do que as usinas termelétricas, mas a intermitência é uma de suas fragilidades. Vento, incidência solar e o volume das represas das hidrelétricas variam ao longo do ano. Isso leva à necessidade de planejamento e de integração entre as diversas fontes disponíveis para impedir que falte energia.

Um estudo descobriu que a integração das fontes renováveis entre Brasil, Argentina e Chile pode garantir um sistema elétrico protegido de intermitências e sem uso das termelétricas, que pesam na conta de luz. A pesquisa analisou dados do setor de energia desses três países, e constatou que os picos e as baixas na produção de eletricidade por fontes renováveis se complementam ao longo do ano em diferentes eixos. 

Segundo os pesquisadores, para que esses benefícios sejam aproveitados, serão necessárias regras comerciais homogêneas e sólidas, com similaridades de estruturas regulatórias. Thauan Santos, professor adjunto da Escola de Guerra Naval, explicou em evento de lançamento da pesquisa que acordos binacionais podem servir de base para novos modelos.

A integração de redes de eletricidade na América do Sul não é totalmente novidade. O Paraguai é sócio do Brasil em Itaipu e da Argentina em Yacyretá, por exemplo. E por anos, o Brasil também adquiriu eletricidade da Venezuela para abastecer parte do estado de Roraima. 

Na União Europeia, há esforços para criar um mercado único de eletricidade desde 1990, decisão vinculada às sucessivas crises do petróleo, mas a Europa tem menos potencial para energias renováveis que os países sul-americanos. 

A realização de uma integração elétrica entre três das principais economias da América do Sul tem grande potencial e muitos desafios. Um deles seria a definição de um Operador Regional do Sistema Elétrico, além de investimentos em infraestrutura para o transporte dessa energia. 

O estudo ressalta ainda o desafio mais importante: essas infraestruturas precisam ser planejadas de forma a não impactar comunidades indígenas, tradicionais e populações ribeirinhas. 

Fonte: Agência Brasil.

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