Gilmar Mendes volta a atacar a Lava Jato

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Gilmar Mendes demonstra não ter gostado das palavras de seu colega Luiz Fux, que alertou não ser possível esquecer que houve corrupção no Brasil. Ele se referia à roubalheira instalada no governo petista que levou à prisão do chefe do esquema, Lula. “Não podemos esquecer que houve o mensalão, o petrolão, os R$ 51 milhões encontrados em apartamento e os US$ 98 milhões devolvidos por quem confessou o crime”. Ele deixou claro que a anulação dos processos da Lava Jato foi por aspecto meramente formal.

Em resposta ao presidente do STF, que é o único magistrado de carreira, Gilmar Mendes disse que “ninguém discute se houve ou não corrupção”. O decano dá a entender que o crime em si é coisa menor. Vale mais a formalidade. E acrescentou: “Não se combate crime cometendo crime”. Isto é, chamou de criminosos os procuradores e juízes da Lava Jato.

O decano do STF não economizou nas cores. Disse que a prisão provisória alongada tem outro nome: tortura. Em seus gabinetes de marfim, os togados do Olimpo se sentiram incomodados com a Operação Lava Jato, por seu apelo popular e efetividade. Nunca antes, o Brasil vira poderosos, do mundo político e empresarial, passar temporada na cadeia.

A Justiça é feita para capturar os pobres. Tendo como foco a defesa do patrimônio, ela se volta contra os despossuídos. De uns tempos para cá, ela se move ao sabor de interesses pessoais. Com um voto candente de Mendes, o STF se decidira pela prisão em segunda instância. Só valeu até que Lula foi preso. Mendes muda o voto, e Lula é solto.

Os semideuses do Supremo em relação a Lava Jato fazem lembrar esta frase de Cristo “E por que reparas tu no argueiro que está no olho do teu irmão, e não vês a trave que está no teu olho?” (Mateus 7:3,5). No caso mais recente, o STF prendeu por nove meses um deputado que não poderia ser preso. Gilmar fechou os olhos.

Se houve excesso na Lava Jato, muito mais nos inquéritos criados de ofício, com escolha pessoal do relator, sem a participação da PGR, com prisões e cassações arbitrárias de deputados e jornalistas. Crime por cima de crime. De novo a Bíblia: “Dois pesos diferentes e duas espécies de medida são abominação ao Senhor, tanto um como outro”. (Provérbios 20:10)

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