Pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz mostra uso indevido de sedativos no Brasil

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Segundo a Fiocruz, em 2021, cerca de 4,4 milhões de brasileiros fizeram o uso sem prescrição médica de algum opioide, medicamento que possui efeito potente de sedativo.

A pesquisa, publicada esta semana, aponta para algo corriqueiro no que se refere ao uso de medicamentos no País: a automedicação, que ignora, por completo, a orientação médica. Outro estudo publicado no American Journal of Public Health em 2018, já havia acendido o alerta para o aumento do consumo desses medicamentos no mundo.

Médica aponta os riscos à saúde, por conta da automedicação de opioides (Foto: divulgação).

No que se refere aos sedativos, em seis anos, a venda sob prescrição de analgésicos à base de ópio cresceu 465%, segundo dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Esses fármacos são usados no tratamento da dor, seja ela crônica ou aguda, e receitados quando as dores persistem, mesmo após o uso de analgésicos simples, como dipirona e paracetamol.

“Quando se trata de dor, o médico sempre tem que avaliar quando ela começou, a localização, a causa, a intensidade, o padrão de persistência e se é contínua ou intermitente. Depois, é decidido qual o medicamento mais apropriado”, explica Camila Castro, médica geriatra da Casa de Cuidados do Ceará (CCC), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

Quando a dor é intensa e não melhora após o uso de analgésicos comuns, os médicos costumam indicar opioides. Essas medicações só devem ser usadas quando prescritas pelo profissional de saúde, seguindo as recomendações e por tempo determinado. Casos de dependência surgem, na maioria das vezes, quando há automedicação e uso indevido.

Ainda, segundo a médica, “na dor crônica, temos várias opções de medicações a serem usadas. Nesses casos, a depender da causa da dor, evitamos o uso de opioides, pois seu consumo prolongado aumenta a ocorrência de efeitos adversos e a necessidade constante de aumento de dose”, explica, e acrescenta. “Eles são recomendados para tratamento de dores de maior intensidade que não respondem a outras medicações ou em situações em que outros remédios não são indicados a longo prazo, bem como para evitar efeitos adversos”, finaliza a médica.

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