Drogas para tratamento psiquiátrico são testadas contra o Alzheimer
De acordo com uma nova pesquisa publicada na revista Alzheimer’s Research & Teherapy, as drogas ‘imipramina’ e ‘olanzapina’, muito usadas para condições psiquiátricas, podem ser benéficas no caso do Alzheimer.
O mal de Alzheimer, além de não ter cura, é responsável por 60 a 80% dos casos de demência no mundo e, geralmente, ocorre em pessoas com 65 anos de idade ou mais. A pesquisa realizada por uma equipe da Escola de Medicina da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, buscou encontrar medicamentos capazes de bloquear um gene chamado apolipoproteína E (APOE4), associado a um maior risco de demência. Para assim tentar reduzir a chance de alguém desenvolver o Alzheimer.
Durante os estudos, os pesquisadores notaram que o antipsicótico olanzapina e o antidepressivo tricíclico imipramina são, comumente, prescritos para condições psiquiátricas. Ambos os medicamentos possuem aprovação prévia da Food and Drug Administration (FDA), agência federal americana responsável pela proteção e promoção da saúde pública nos Estados Unidos.
Então, o professor de neurologia Huntington Potter e sua equipe resolveram analisar um dos mais antigos e mais poderosos conjuntos de dados de Alzheimer do mundo, o National Alzheimer’s Coordinating Center para investigar o que ocorria quando alguém recebia essas drogas para indicações normais, mas sendo uma pessoa com a doença.
Em suas análises, os pesquisadores observaram que os pacientes de Alzheimer que tomaram imipramina e olanzapina, em comparação com outros medicamentos antidepressivos e antipsicóticos, tiveram melhorias na cognição – algo que poderia estar vinculado a uma reversão da progressão da doença.
“Em comparação com aqueles que não tomaram esses medicamentos, eles reverteram da doença de Alzheimer para comprometimento cognitivo leve ou de comprometimento cognitivo leve para normal”, disse Potter. Além disso, o estudo mostrou que “homens com idades entre 66,5 e 88,5 anos viram o maior benefício”, explicou. Apesar das mulheres também terem tido uma melhora, os autores observam que não foi “estatisticamente significativo” em comparação com os homens.
Entretanto, os autores do estudo observaram que, embora o conjunto de dados revisado tenha sido o maior disponível, ainda era relativamente pequeno em comparação com o que deveria ser revisado para um ensaio clínico.
Além disso, os pesquisadores lembram que uma prescrição médica de um determinado antidepressivo ou antipsicótico também pode ser determinada por comorbidades do paciente, como diabetes e hipertensão, buscando resultados independentes na cognição. Os autores planejam continuar estudando esses medicamentos, e planejam realizar um estudo de teste de imipramina em camundongos.