Prefeito manda arrancar academias ao ar livre das praças de Sobral
O prefeito de Sobral, Ivo Gomes, radicalizou nas medidas mal pensadas para evitar a disseminação do novo coronavírus. Além de diminuir o horário das farmácias do Centro – 16h às 21h -, agora mandou arrancar das praças as academias ao ar livre. Antes, ele havia mandado cobrir os equipamentos com plástico escuro. Achou pouco, foi lá e arrancou.
O estudante Anthony Richard, sobralense da gema, 15 anos, morador do Alto da Brasília, estava se exercitando no espaço vazio onde funcionava a academia. Há três anos, é jovem brigadista do Corpo de Bombeiros. “Agora já monitor”. Disse que sentiu falta das barras e não viu sentido na retirada. “Primeiro cobriram as bicicletas, mas dava para fazer os abdominais. Agora tiraram foi tudo, muito ruim”.
Sabrina, 25, estava desolada. Toda tarde, ela larga seus afazeres domésticos e vai se exercitar no Parque Pajeú, próximo à sua casa. Depois do aquecimento, em caminhada no calçadão da praça, ela treina nos equipamentos da academia ao ar livre que a Prefeitura instalou. Hoje, não foi possível. Para sua surpresa, o cenário era de destruição.
A primeira vez que tomamos notícia sobre a contenção desses equipamentos foi na praça do Centro de Convenções. No primeiro momento, os equipamentos foram enrolados com saco plástico escuro. Como a população, insistia em usar, o prefeito aloprou: mandou recolher os aparelhos.
Uma das atrações da administração de Ivo Gomes eram as praças, sempre apresentadas ao público com equipamentos ligados ao esporte, como areninhas e academias ao ar livre. Com a chegada do coronavírus, os aparelhos viraram espantalhos, e por fim, foram descartados.
Nesta terça-feira, foi a vez do Parque Pajeú, onde há maior concentração de gente, e gerou revolta, até com vídeos partilhados nas redes sociais. As duas academias de lá foram colocadas abaixo. Numa delas, a retirada se deu sem muita agressão. Na outra, um rastro de destruição causava indignação em quem passava por lá.
No local do cenário de destruição, encontramos uma turma que improvisava para manter os treinos que eles sempre realizavam ali. Vitorino Ximenes, 42, trabalha com material de limpeza e serviços gerais. Todo dia fazia musculação por lá. ” Academia foi uma ótima iniciativa para os jovens, não se justifica o que nós estamos vendo de destruição. Mas nós não vamos deixar de fazer nossas atividades, vamos continuar vindo todo dia”, disse.
Igor Arruda, 23 anos, vendedor, via sua renda zerar na pandemia. “Até pra fugir da ansiedade, venho para cá todo dia, ate nos domingos”. E não gostou nem um pouco da surpresa, quando viu que a prefeitura, sem avisar sem nada, resolveu acabar com “nosso ambiente de lazer”. Mas ele não perde a esportiva. “Vamos continuar vindo todo dia, com a turma, e improvisando, para não ficar parado”.
A reportagem encontrou mais duas academias ao ar livre, no Parque das Pedrinhas. Lá, ainda nem foram inauguradas, continuam à moda espantalho, vestidas de plástico preto, no meio da paisagem do bairro. Sentado no banco da praça. uma senhora, ao tomar conhecimento de que a prefeitura estava desativando em outros locais, defendeu o ato: “o povo não colabora, né?”
Ela nem percebeu que, se o aparelho de academia pode transmitir o vírus, da mesma forma o banco da praça.
Não deveria ter dito isso. O banco da praça corre o risco de ser o próximo alvo de mais uma ação doidivana do prefeito.
Vídeo da destruição da academia ao ar livre no Parque Pajeú.
Bom dia!
Medidas de cunho ditatoriais, que em nada contribui para conter a pandemia. Dinheiro publico incinerado pela actual gestão. Lamentável.