Adição de sal aos pratos já prontos pode aumentar em 28% o risco de morte precoce

Compartilhe

A média apontada pela pesquisa é de morte antes dos 75 anos.

O trabalho acompanhou 501.379 participantes por uma média de nove anos. E, segundo os resultados, pessoas acima dos 50 anos que admitiram acrescentar, com frequência, sal aos pratos, tiveram redução da expectativa de vida. Nesse caso, 1,5 ano para mulheres e 2,28 anos para homens. A equipe não considerou as quantidades de sal utilizadas durante o preparo das refeições

Pessoas acompanhadas pela pesquisa, que acrescentaram mais sal à comida, depois de pronta, tiveram redução da expectativa de vida (Foto: divulgação).

“Que eu saiba, nosso estudo é o primeiro a avaliar a relação entre a adição de sal aos alimentos e a morte prematura”, afirma, em comunicado, o pesquisador principal do estudo, Lu Qi, professor da Universidade de Tulane (EUA). “Mesmo uma redução modesta na ingestão de sódio, adicionando menos ou nenhum sal aos alimentos à mesa, provavelmente, resultará em benefícios substanciais para a saúde, especialmente, quando alcançado na população em geral”, compara.

Publicado no European Heart Journal, o estudo aponta a necessidade de expansão da pesquisa para orientar as recomendações específicas de consumo, de acordo com os perfis de saúde de cada pessoa. “Até agora, o que as evidências coletivas sobre o sal parecem indicar é que pessoas saudáveis que consomem o que constitui níveis normais de sal comum não precisam se preocupar muito com a ingestão”, indica a professora Annika Rosengren, da Universidade de Gotemburgo, na Suécia. Ela não integrou o estudo, mas assina um artigo que acompanha o levantamento

No documento, a especialista ainda diz que pessoas de alto risco (com pressão alta, por exemplo) “provavelmente são aconselhadas a reduzir e não adicionar sal extra aos alimentos já preparados”, conclui. Na prática, a equipe encaminhou um questionário aos participantes no momento em que ingressaram no estudo. Lá, eles deviam responder com qual frequência colocavam sal na comida já pronta: nunca/raramente, às vezes, geralmente ou sempre.

Em outro momento, os pesquisadores administraram variáveis que poderiam colaborar para o cenário de morte precoce, como sexo, idade e condições médicas preexistentes. Então, confirmaram o maior risco às pessoas que têm o hábito de adicionar sal em relação àquelas que faziam isso raramente ou nunca. A escolha por avaliar o risco comparando o uso de sal extra nas comidas ocorreu porque o comportamento é comum e há dificuldade em avaliar outras formas de consumo individual, pois os alimentos já têm boa quantidade do tempero em sua composição

“Adicionar sal aos alimentos à mesa é um comportamento alimentar comum que está diretamente relacionado à preferência de longo prazo de um indivíduo por alimentos com sabor salgado e ingestão habitual de sal”, alertou Lu Qi.

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content