Startup IA que mantém memórias ativas de pessoas mortas
A Legathum, companhia sediada no Vale do Silício, na Califórnia (USA), desenvolve inteligência artificial e aplicativos para arquivar memórias, vivências e personalidades.
“O conhecimento das pessoas e seu legado intelectual podem ser consultados, até depois de sua morte”. Essa é uma das propostas da Legathum (legado em latim) e seus dispositivos, lançados em julho, deste ano, no famoso Vale do Silício. Meca da tecnologia mundial.
Na prática, os organizadores criam avatares em 3D das mais importantes figuras da história, ou de qualquer outra pessoa. O projeto é idealizado pelo neuropsicólogo brasileiro Deibson Silva, que garante perpetuar legados pessoais para as próximas gerações. Mesmo na sua fase inicial, o Legathum já recriou avatares inteligentes de diversas figuras históricas, dentre elas, do físico alemão Albert Einstein, do inventor sérvio Nikola Tesla e dos craques brasileiros, Cafu e Zé Roberto.
A proposta é, também, promover momentos de interações com várias personalidades históricas. Há, ainda, o ‘Metaverso Legathum’, espaço virtual, tridimensional, de interação para avatares de pessoas. Assim, como diversos dispositivos para armazenamento de memórias, preferências, personalidades e reprodutores inteligentes da voz humana.
O fundador da companhia, Deibson Silva, conta que “a pandemia Covid-19 trouxe muitas reflexões sobre a existência dos seres humanos e como somos vulneráveis”, explica, e segue. “Foi com isso em mente que iniciamos, no início de 2020, um projeto de pesquisa que visa eternizar as memórias humanas com o uso da mais moderna tecnologia”, complementa.
A iniciativa científico-tecnológica do Legathum conta, também, com um time de desenvolvedores de IA formados pela Universidade de Berkeley (Estados Unidos), assim como outros 12 profissionais de diferentes ramos e nacionalidades. A pesquisa iniciou na Universidade da Califórnia em Berkeley (Estados Unidos) com o Projeto MemorAI, pelas mãos dos cientistas Alice Hua e Tim Chen, que se juntaram a Deibson Silva. Hoje, o time de pesquisa é composto por profissionais multidisciplinares (Neurocientistas, Neuropsicólogos, Psicólogos, Jornalistas, Cientistas de Dados e Engenheiros da computação) do Brasil e Estados Unidos.
“O objetivo é nos tornarmos eternos, fazendo com que qualquer ser humano possa deixar seu legado e, a partir daí, independentemente de ainda estar vivo ou não, compartilhar sua mentalidade, seu conhecimento e, até mesmo, aconselhar outras pessoas”, frisa Silva. O público geral já pode acessar o site www.legathum.com, em Inglês, e conhecer as propostas da firma, que diz promover uma disrupção tecnológica para humanizar todas as experiências das pessoas”, segundo Deibson.