‘Motoboys pedem por segurança’, alerta Sobralito em seu podcast

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O menino aproveitou a entrega do lanche para saber mais sobre a manifestação que o tio faria naquela noite.

Já passava das 18 horas, quando Sobralito ouviu a buzina de uma moto tocar. Rapidamente, o menino correu para a porta com o dinheiro na mão. Como era sexta-feira, dona Eulália resolvera dar uma trégua ao fogão, pelo menos à noite, e jantar um sanduiche com o filho. No pedido, dois X-bacons com bastante batata frita e refrigerantes. Nessas horas, dona Eulália não abria mão de um ‘Del Rio’ bem gelado. Sobralito sempre pedia uma soda.

Pelo menos, umas duas vezes ao mês, esse tipo de diversão era garantido à frente da TV, acompanhado de alguma série de suspense ou terror. Era um momento em que mãe e filho tiravam para relaxar das demandas da semana.

Sobralito pegou o pedido das mãos do tio, entregador de comida, de um desses ‘iFood da vida’, e voltou todo feliz, já abrindo os pacotes. Dona Eulália saiu com um copo de água para o irmão, banhado de suor.

— Rapaz, subir esse Alto do Cristo é ‘osso’.

Reclamou Otávio, montado na motocicleta com uma enorme caixa de isopor agarrada às costas.

— Pois é. Mas tome aqui uma água e descanse um pouco.

Disse a irmã, com ar de preocupação.

— Posso não, Eulália. Já tô, até, atrasado. Hoje, tem uma manifestação dos motoboys pedindo por mais segurança. Tá difícil trabalhar, cortando essa cidade de ponta à ponta, sem um pingo de segurança. Pra todo lugar, que a gente se vira, tem uma câmera apontado pra todo lado; mas na hora de um assalto, a pessoa fica sem a moto, sem o celular e a mercadoria toda, e ninguém localiza mais.

Ao ouvir a reclamação do tio, Sobralito pediu para gravar uma participação no podcast sobre o assunto. Com o celular apontado para o tio, o menino começou a fazer perguntas. E tome reclamação.

— Eu mesmo, já fui vítima de assalto à noite. Me levaram tudo. Apesar do B.O., a moto só foi recuperada, quase desmontada, porque um amigo foi de contato em contato, até descobrir onde estava, com ajuda de um policial amigo da gente. Mas se não fosse isso, eu até duvido que tivesse tido a sorte de ter minha moto de volta.

Algumas perguntas e respostas depois, tendo satisfeito a curiosidade do sobrinho, o homem agradeceu, montou na moto e desceu o Alto do Cristo como um foguete, rumo ao Centro de Convenções da cidade. Ali, um grupo de outros motoboys e mototaxistas, já gritava palavras de ordem e levantava cartazes pedindo por mais segurança. Depois, seguiriam até o Centro da Cidade com o mesmo objetivo: chamar a atenção das pessoas e das autoridades.

Em um dos cartazes dava para ler: Não tem nada pior que viver refém da insegurança todo dia.  

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