Guedes tem viés de baixa do PIB para o cenário de crescimento de 2023

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Governo avalia que setor de serviços e mercado de trabalho devem ajudar no crescimento, mesmo com juros altos.

De acordo com análise da pasta da Economia, “o mercado financeiro, mais uma vez, está subestimando o desempenho futuro da atividade produtiva do País, como tem ocorrido, sistematicamente, desde 2020”, avalia o Ministro Paulo Guedes.

Foto: divulgação.

Na visão do governo, a leitura é de que os analistas ainda não estão incorporando adequadamente o ciclo de investimentos em curso. Além disso, a área econômica entende que o setor de serviços e o mercado de trabalho devem ajudar no crescimento, mesmo em um ambiente de juros mais altos. E isso tudo, avaliam, “complementado por investimentos estrangeiros, que trocariam o ambiente recessivo dos países avançados por economias com inflação estabilizada e demanda em alta” reforça Guedes.

Por outro lado, o mercado financeiro tem reduzido suas projeções para o PIB de 2023, diante do acúmulo de incertezas em várias frentes (externas e domésticas) e do processo de aperto monetário que está próximo do fim, mas ainda segue em curso. Atualmente, o crescimento econômico esperado para o próximo ano é de 0,4%, na mediana dos analistas consultados pelo Banco Central.

O Banco Central elevou, nesta quarta-feira (3), a taxa básica de juros para 13,75%, e indicou que pode chegar a 14% para fazer a inflação convergir à meta no primeiro trimestre de 2024, criando uma espécie de horizonte ajustado para a meta de inflação, “algo incomum na história recente da política monetária e cujas repercussões ainda são incertas”, dizem os economistas.

No front doméstico, há relevantes dúvidas sobre como a inflação vai se comportar e quanto há de eficácia do Banco Central em seu combate. Na política fiscal, as dúvidas são ainda maiores. Seja Bolsonaro ou Lula o vencedor da eleição, os sinais são de expansão fiscal para 2023, mas a dosagem é desconhecida, e o arcabouço de longo prazo ainda mais incerto. E isso em um ambiente de custo mais alto para a dívida pública.

Fonte: Inteligência Financeira.

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