Foguete da índia falha no primeiro lançamento e satélites caem na Terra
O último módulo, responsável por ajustar a velocidade de voo e colocar os satélites na rota certa, apresentou uma falha.
O primeiro lançamento do novo e menor foguete da Índia, o SSLV, na manhã desse domingo (7), foi um fracasso. Dois satélites não foram colocados corretamente em órbita e acabaram sendo ‘inutilizados’ algumas horas após a decolagem, de acordo com a ISRO (Organização de Pesquisa Espacial Indiana). “Eles, agora, são pequenos pedaços de destroços carbonizados, provavelmente, no fundo do Oceano Pacífico”, disse a ISRO, numa coletiva de imprensa.
Tudo correu bem durante a primeira parte da viagem, com os três primeiros estágios do foguete. Mas o quarto e último módulo, responsável por ajustar a velocidade de voo e colocar os satélites na rota certa, apresentou uma falha nos sensores e perdeu comunicação com a Terra, apenas nove minutos após a decolagem. O controle da missão não conseguiu agir a tempo, e eles acabaram em uma órbita menor que a esperada.
“Eles foram colocados em uma órbita elíptica e não circular”, explicou o presidente da ISRO, Sreedhara Somanath, em um vídeo no Twitter. Em vez de posicionar os satélites em um trajeto fixo a 356 km acima da Terra, o foguete os deixou em uma órbita oval, variando entre 356 km e 76 km de altitude. Por estarem em uma rota tão instável, os satélites “já desceram e não são mais utilizáveis”, de acordo com o diretor. Ou seja, caíram de volta à Terra. De acordo com especialistas em trajetórias, o quarto estágio e as cargas reentraram em nossa atmosfera sobre o Oceano Pacífico, próximo à costa da Nicarágua.
Os satélites EOS-02 e AZAADISAT foram lançados do Centro Espacial Satish Dhawan, na costa do país, a bordo de um foguete SSLV-D1 (pequeno veículo de lançamento de satélite), conhecido por seu baixo custo de fabricação. Como o nome sugere, ele tem apenas 34 metros de altura, e foi desenvolvido para transportar equipamentos menores, de até 500 kg. Projetado com sistema modular e componentes de computador simplificados, requer mínima infraestrutura para o lançamento do solo terrestre até o espaço
O EOS-2 é um microsatélite experimental de observação da Terra, que pesa 145 kg. Ele oferece sensoriamento óptico remoto, que opera em banda infravermelha com alta resolução espacial. Já o Azaadisat é um 8C Cubesat — satélite compacto em formato de cubo — de apenas 8 kg. Ele faz parte de um projeto de ensino a crianças de escolas públicas indianas. A missão tinha como tema as “Mulheres no Espaço” e carregava 75 cargas diferentes, cada uma com cerca de 50 gramas, que foram projetadas por estudantes das regiões rurais do país. Entre os equipamentos, também estavam um captador de frequência de rádio, que permite a transmissão de dados para radioamadores aqui na Terra, um medidor de radiação de órbita e até uma câmera selfie.
Fonte: Tilt-Uol.