Símios são atacados no Brasil por causa da varíola dos macacos
A denúncia é da Organização Mundial da Saúde, que relatou a morte dos animais.
A OMS lamentou os relatos de ataques contra primatas no Brasil, devido ao medo da varíola dos macacos, e insistiu que os surtos atuais tem ocorrido pela transmissão entre humanos.
“As pessoas têm que saber que a transmissão que estamos vendo agora ocorre entre humanos”, destacou a porta-voz da OMS, Margaret Harris, em coletiva de imprensa em Genebra. “Segundo relatos”, disse a porta-voz, “cerca de uma dúzia de macacos teriam sido envenenados, e alguns feridos, em menos de uma semana, em uma reserva natural em Rio do Preto, no estado de São Paulo”, informou.
Equipes de resgate e ativistas suspeitam que os animais foram alvos depois que três casos de varíola dos macacos foram confirmados na área. Outros macacos, também, foram agredidos em várias cidades brasileiras, segundo reportou a OMS, citando a associação de combate ao tráfico ilegal de animais silvestres Renctas. Até agora, o Brasil registrou mais de 1.700 casos de varíola dos macacos e uma morte, de acordo com dados da OMS.
O termo ‘varíola dos macacos’ foi adotado após a detecção do vírus em 1958, em macacos de um laboratório na Dinamarca, mas o vírus também foi encontrado em outros animais, especialmente em roedores. A doença foi detectada pela primeira vez em humanos em 1970, e é menos perigosa e contagiosa que a varíola, erradicada em 1980.
O vírus pode ser transmitido do animal ao homem, mas a explosão recente de casos se deve à transmissão entre humanos, por contatos próximos, afirmou Harris. “As pessoas, certamente, não deveriam atacar os animais”, acrescentou a representante da OMS. A Organização já ativou seu nível máximo de alerta no final de julho para tentar conter o surto da doença.