Presidente do IPEA contesta aumento da fome no Brasil

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Um estudo assinado pelo atual presidente do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Erik Alencar de Figueiredo, nega o resultado de pesquisas recentes que apontam o aumento no número de brasileiros em situação de insegurança alimentar ou com fome.

O argumento de Figueiredo, que é economista e foi subsecretário de Política Fiscal do Ministério da Economia, é que o aumento da fome deveria ter resultado em um ‘choque expressivo’ no aumento de internações por doenças decorrentes da fome e da desnutrição, além de um número maior de nascimentos de crianças com baixo peso. “De forma surpreendente, esse crescimento de insegurança alimentar e desnutrição não tem impactado os indicadores de saúde ligados à prevalência da fome, o que contraria, frontalmente, a literatura especializada”, afirma, no documento.

De acordo com levantamento que o presidente do IPEA contesta, cerca de 15,5% da população no País passa fome (Foto: divulgação).

Internamente, o material não foi discutido e nem recebeu parecer de outros pesquisadores, diferentemente do que costuma ser feito. Já especialistas de outras instituições criticaram as conclusões. O Ipea foi procurado pela imprensa, mas não quis comentar o assunto. O trabalho foi apresentado pelo presidente do instituto durante uma entrevista coletiva com o ministro da Cidadania, Ronaldo Bento, no Planalto, no dia 17, deste mês.

Hoje, a fome é um problema que acomete 33,1 milhões de pessoas no Brasil, o que significa que 15,5% da população brasileira não tem acesso à alimentação regular. Os dados foram levantados pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede Penssan), por meio do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado este ano.

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