Inteligência Artificial pode por fim a convulsões de epilepsia

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O estudo, liderado pela Monash University, da Austrália, é considerado o primeiro do mundo, deste tipo.

Uma pesquisa demonstrou que uma IA (Inteligência Artificial) pode, potencialmente, prever a melhor medicação anticonvulsiva para pacientes recém-diagnosticados com epilepsia. O modelo, uma vez completamente desenvolvido, poderá poupar tais pacientes da incerteza sobre seu futuro. Ou seja, se suas vidas voltarão ao normal com os medicamentos testados e, ainda, possíveis efeitos colaterais causados por tais drogas.

Foto: divulgação.

O modelo de machine learning (aprendizado de máquina) usado é o deep learning (aprendizagem profunda) da Inteligência Artificial, manipulado pelo professor Patrick Kwan, neurologista e pesquisador do Departamento de Neurociência da Escola Clínica Central Monash.

No mundo todo, mais de 70 milhões de pessoas são afetadas pela epilepsia. Hoje em dia, a seleção do medicamento ideal para tratar a doença é um processo de “tentativa e erro”, dizem os cientistas, já que os médicos não têm como prever qual medicação responderá melhor em cada paciente, segundo Kwan.

“Se o paciente não reage, positivamente, à primeira tentativa, pouquíssimos obterão êxito na segunda ou na terceira. Ou seja, quanto mais cedo acertamos a medicação, mais rapidamente a pessoa se verá livre da epilepsia”, diz o professor. Porém, no caso da medicação equivocada, podem ocorrer efeitos colaterais, que vão, desde alergias a problemas psiquiátricos, ou, ainda, no caso de mulheres em idade fértil, problemas de formação do bebê.

Além disso, “há pacientes que se mostram resistentes às medicações anticonvulsivas; o que significa que, caso o diagnóstico seja realizado precocemente, eles podem tentar, mais rapidamente, outros tratamentos, como dietas ou cirurgias, ao invés de perderem anos tomando medicações que não funcionam”, frisa o pesquisador.

O modelo de IA que está sendo testado e desenvolvido usou informações de quase 1.800 pacientes de cinco centros de saúde na Austrália, Malásia, China e Reino Unido. “A precisão do modelo para prever a melhor medicação foi modesta”, segundo o professor Kwan, e adianta. “A IA obteve nota 0,65 em uma escala de 1,0, conhecida como AUROC”.

“Ainda assim, estamos felizes, pois esse desempenho foi melhor do que o que esperávamos. Também estamos felizes com a performance, pois somente alguns poucos fatores clínicos básicos coletados na rotina clínica foram usados no treinamento do modelo”, completou Patrick.

No momento, a tecnologia só foi testada em adultos e, por consequência, só está disponível para este público, desde que tenham acabado de ser diagnosticados com epilepsia e que estejam prestes a iniciar seu tratamento medicamentoso. O modelo atual será utilizado como base para futuras IAs para pessoas que já estão com a doença mais controlada.

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