2022 tem o maior número de resgate de animais silvestres no Ceará
De acordo com o Corpo de Bombeiros Militar do Ceará, o número de resgates de animais silvestres realizados, já superou os anos de 2019 e 2020.
Além de quase igualar a quantidade de resgates do ano passado, entre janeiro e julho, deste ano, o de Corpo de Bombeiros no Ceará recolheu 6.250 animais silvestres.
Deste número, 4.213 foram ocorrências de Fortaleza, e os outros 2.037, do interior do estado. Em 2019, o número havia sido um pouco menor que 4 mil e, em 2021, no período indicado, foram 6.252. Os bombeiros, também, informaram que, somente em agosto, foram realizados 865 resgates no estado, dos quais 569 correspondem a ocorrências da capital e da região metropolitana.
“Normalmente, cobras, jacarés e outros animais silvestres não são agressivos. Porém, quando eles se sentem ameaçados, a maneira de se defenderem é atacando”, explica o tenente-coronel dos bombeiros, Giuliano Rocha. A recomendação é não tentar entrar em contato com o animal, manter a área isolada, avisar as outras pessoas sobre a presença do bicho e acionar o Corpo de Bombeiros pelo número 193. “Com o material e a técnica adequados, iremos fazer o resgate desse animal”, pontua o tenente-coronel. De acordo com ele, se o bicho em questão estiver com a saúde plena, ele é devolvido para o habitat natural; mas caso contrário, ele é levado a um centro de atendimento.
De acordo com o boletim mais atualizado sobre acidentes com serpentes no Ceará, entre 2012 e 2022 foram notificados mais de 66 mil acidentes com animais peçonhentos, dos quais mais de 9 mil foram ocasionados por serpentes. As duas espécies mais presentes em acidentes com humanos são a jararaca e a cascavel. Segundo a chefe do Núcleo de Assistência Toxicológica do Instituto Dr. José Frota, Dra. Polianna Lemos, em acidentes com jararacas é comum que surjam sinais hemorrágicos, como sangramentos na gengiva, ocular e o gosto de sangue na boca.
No que se refere a ocorrências com jararacas, os municípios com a maioria dos casos registrados foram Tauá e Tianguá, já com cascavéis, foram a Capital e Viçosa do Ceará (Serra da Ibiapaba). De acordo com a Dra. Lemos, caso seja picado por um animal, é necessário procurar uma unidade de saúde para identificar se esse animal é venenoso ou não. “Nunca se deve fazer um torniquete, nunca se deve cortar o ferimento e nem colocar nenhuma substância como doméstica na tentativa de neutralizar o veneno”, afirma.
Entre os animais peçonhentos mais comuns no estado, além da jararaca, estão o escorpião amarelo, a aranha-marrom e as chamadas ‘caravelas portuguesas”, que são animais marinhos. Para evitar o contato com tais espécies é importante adotar medidas, como verificar roupas e calçados, antes de vestí-los; manter quintais e depósitos de construção limpos; usar botas e luvas de couro em locais de risco; utilizar telas para tampar ralos e pias em banheiros e checar a cama e os lençóis antes de dormir.
“A grande maioria desses acidentes ocorre no entardecer, ou na madrugada. O uso de equipamentos de proteção individuais para trabalhadores que saem em áreas rurais, principalmente, nesses horários, preveniria quase a totalidade desses acidentes”, pontua, a Dra. Polliana Lemos.
De acordo com o Guia de Prevenção de Envenenamento por Animais Peçonhentos do Instituto Dr. José Frota, na Capital, também é necessário retirar anéis, sapatos apertados e elevar o membro atacado, caso seja uma extremidade. Em acidentes com águas-vivas, é aconselhada a utilização de compressas geladas com água do mar e lavar o local da lesão com vinagre. “Caso encontre um animal peçonhento, evite tocá-lo mesmo que pareça morto”, destaca o guia.