Moradores de Jaibaras pedem segurança em caminhada pela paz
A manifestação, que tomou as principais ruas do distrito, foi marcada por comoção de alguns e pedido de paz na região.
Os moradores do distrito de Jaibaras, distante da sede Sobral 22 quilômetros, organizaram, na noite dessa terça-feira (25), uma caminhada pela paz, que se estendeu pelas principais ruas da localidade.
O manifesto é um pedido por mais segurança, devido aos contínuos atos de violência, não apenas no distrito, mas em todo o município, como assaltos, por meio de arrastões, inclusive a ônibus escolares, tiroteios e homicídios que têm deixado a população assustada, “sem ter a quem recorrer”, como disse, ao longo da caminhada, a mãe de uma das vítimas de homicídio.
Como forma de apelo às autoridades, e um ‘basta na insegurança’, os moradores resolveram se unir e ir às ruas protestar. O caso de violência que chamou atenção do distrito foi o assassinato de dois jovens, na madrugada de domingo (23), quando uma dupla em uma motocicleta abordou as vítimas, e fez vários disparos.
Os jovens, Rian Pereira de Mesquita e Jefferson Mauro Fernandes, moradores do bairro Alto Alegre, em Jaibaras, morreram no local.
Ao longo da caminhada, os moradores, apesar do medo de falar à imprensa, estamparam nas faixas que levavam, o grito pela paz, com frases como, “Basta! Queremos paz e segurança em Jaibaras”. “Basta de tanta violência”, “Pedimos segurança, o que é nosso direito”, entre outras.
O Portal Paraíso conversou com alguns moradores no início da caminhada e muitos não se identificaram com medo de represália dos indivíduos autores dos delitos. Um servidor público, que não quis se identificar, disse que tem dois filhos, e tem medo “quando eles vão para a escola, porque não acredito que eles estejam seguros”.
A família do jovem que sofreu um tentativa de homicídio, no dia 11, deste mês, esteve na manifestação, mas por medo, não falou com a reportagem. Já dona de casa Maria de Fátima, mãe de Aristides, primeira vítima, deste ano, em Sobral, disse que os indivíduos que mataram seu filho circulam normalmente pelo distrito, como se não tivessem cometido crime algum. “Os meus netos estão órfão de pai e mãe e sofrem com a perda dos pais. Tem noite que a menina de 10 anos chora pelo pai”, revelou.
A dona casa Maria Guerreira, mãe de Jefferson, uma das vítimas do duplo homicídio, na madrugada de domingo, disse que seu filho não tinha envolvimento com o crime. “Não sei porque mataram meu filho, porque ele não era vagabundo, ele era gari. Eu quero justiça, porque, se eu tivesse na hora, teria morrido junto com ele, porque mãe é mãe. Meu filho era trabalhador, e estava tão feliz, porque ia assinar a carteira dele”, disse a dona de casa, emocionada.
O 3º Sargento Cronemberges, da PM, disse ao Portal Paraíso, que um dos fatores que contribuem com a violência é a falta de aparato de segurança pública, em algumas localidades. “São apenas três policiais e uma viatura para atender seis distritos como Bomfim, Jaibaras, Jordão, Aprazível, Rafael Arruda e Torto”, explicou.