Presos policiais civis por desvio de 90% de carga de cocaína em Santos
Em mensagens interceptadas pela Polícia Federal, o traficante ‘Evoque’ diz que filmou toda a ação e reclama de dívida com o PCC.
Três investigadores da Polícia Civil de São Paulo foram presos pela Polícia Federal, nesta quinta-feira (17), suspeitos de desviar carga de cocaína apreendida na cidade de Cubatão, da Baixada Santista.
Os mandados foram expedidos pela Justiça Federal de Santos, depois que agentes federais da cidade levantaram indícios que apontaram para os crimes de peculato, associação criminosa, tráfico de drogas e associação para o tráfico. A Justiça determinou ainda o bloqueio de bens dos envolvidos até o limite de R$ 5 milhões.
Quatro mandados de prisão foram cumpridos, além de quatro de busca e apreensão, e todos os suspeitos foram presos na cidade de Santos, incluindo uma estagiária que trabalha no escritório do advogado João Manoel Armoa Júnior, preso desde setembro.
O criminalista é suspeito de participar de uma organização criminosa liderada por um de seus clientes, Vinycius Soares da Costa, o Evoque, que também está detido, a investigações apontam que os policiais desviaram 90% de uma carga de cocaína apreendida em abril na cidade de Cubatão, na Baixada Santista. Na época, a Polícia Civil de Santos apresentou 26 kg de cocaína.
Evoque, que era o dono da droga, contou ao advogado – em mensagens interceptadas no celular do traficante – que ele gravou tudo com uma câmera e um drone.
Nas mensagens ao advogado, o traficante reclamou que teve um prejuízo de R$ 4 milhões com desvio da droga pelos policiais e que teria que acertar a dívida com “o comando”, que seria a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Evoque é parceiro do megatraficante André Oliveira Macedo, conhecido como “André do Rap”, foragido desde outubro de 2020 após ser solto da cadeia por decisão do então ministro Marco Aurélio Mello, hoje aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal).
A organização criminosa é responsável por esquema de envio de cocaína do Porto de Santos para a Europa. A Corregedoria da Polícia Civil acompanhou a operação chamada “Antítese”. Os suspeitos devem responder por formação de quadrilha e por praticar violência no exercício de função, com penas que podem variar de 11 a 30 anos de reclusão.
Fonte: BandNotícias.