Em meio à Copa, comércio estima venda recorde nesta Black Friday

Comércio de São Paulo prevê aumento de até 5% nas vendas RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
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A expectativa é que a data deve movimentar nesta sexta-feira R$ 4,2 bilhões, com o impulso da estreia do Brasil no Mundial.

O entusiasmo e o otimismo com a vitória na estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo do Catar devem refletir na Black Friday nesta sexta-feira (25). Pela primeira vez, a data que se tornou uma das mais importantes do comércio ocorre em meio ao Mundial. A estimativa do setor é que essa combinação impulsione ainda mais as vendas.

Segundo avaliação da KPMG, algumas categorias devem puxar as intenções de compras, como é o caso de móveis, eletrodomésticos, equipamentos eletrônicos e utilidades domésticas.

“A Black Friday estimula a compra por impulso e neste ano será potencializada pela Copa do Mundo fora do seu período tradicional de realização. Os meios digitais serão os protagonistas, com consumidores buscando oportunidades que possam ser entregues no curtíssimo prazo, assim os produtos, principalmente eletrônicos, podem ser utilizados ainda durante a Copa”, afirma Fernando Gambôa, sócio-líder de Consumo e Varejo da KPMG no Brasil e na América do Sul.

A data deverá registrar o maior movimento financeiro desde que foi incorporada ao calendário do varejo nacional, em 2010, de acordo com projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). A expectativa é que o faturamento chegue a R$ 4,2 bilhões, um aumento de 1,1% em relação ao ano passado, descontada a inflação.

“Esse é um momento muito importante para o comércio de bens e serviços e, com o incremento das promoções de itens voltados à Copa de Mundo de Futebol, o segmento deve encerrar bem o ano”, aponta o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

A Black Friday já é considerada a quinta data mais importante do varejo, atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais. A expectativa de crescimento da ACSP (Associação Comercial de São Paulo) para o varejo paulistano em novembro é de 3% a 5% com a Black Friday e Copa do Mundo.

Para a Alshop ((Associação Brasileira de Lojistas de Shopping), a Copa do Mundo promete ajudar a alavancar as vendas neste mês, já que com os jogos do Brasil os consumidores têm a intenção de comprar artigos relacionados ao tema.

“Esse é um dos momentos mais esperados pelos lojistas, não só para se preparar para um período intensivo de vendas, mas para sentir como o consumidor vai se comportar, e é a partir daí que  vem a expectativa para a época que mais movimenta o varejo, o Natal”, afirma Luis Augusto Ildefonso, diretor institucional da Alshop.

Levantamento da associação mostra que 80% dos lojistas vão fazer ações promocionais e esperam aumento de até 20% das vendas. Para 60% dos associados, os descontos serão de 20 a 35% nos produtos da loja, já para uma fatia de 20% os descontos serão de mais de 40%, e para os outros 20% dos respondentes, os produtos chegarão em até 5% de desconto.

E entre os itens mais procurados estão 40% moda masculina, feminina e infantil, 20% eletroeletrônicos e eletrodomésticos, 20% de perfumaria e cosméticos e itens de alimentação com 20%.

Com o impacto da pandemia nos últimos dois anos, houve um crescimento expressivo do e-commerce e um enfraquecimento das lojas físicas, e com isso, muitos lojistas começaram a investir no meio digital. Neste ano, 60% dos lojistas estão trabalhando ações promocionais em conjunto com a loja física e e-commerce.

Por isso, o otimismo é maior no e-commerce. A ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) aponta que o período deve movimentar R$ 6 bilhões no e-commerce brasileiro, o que representa aumento de 3,5% em relação a 2021. Segundo levantamento, o número de pedidos online deve ultrapassar os 8,3 milhões.

As categorias mais aquecidas este ano serão telefonia, eletrônicos, informática, eletrodomésticos e eletroportáteis, moda, beleza e saúde, de acordo com a ABComm.

Nesta quinta-feira (24), a pré-Black Friday registrou cerca de R$ 12 milhões em transações, via cartão de crédito, no e-commerce brasileiro. Já o total de pedidos teve uma queda de 2,3%, em relação ao período do ano anterior.

Os dados são do monitoramento hora da ClearSale, empresa referência em inteligência de dados com múltiplas soluções para prevenção a riscos, em parceria com a Confi Neotrust. Para o levantamento, as empresas consideraram as transações realizadas das 8h até as 12h desta quinta-feira.

Defesa do consumidor

Para o professor de administração da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, Agostinho Varandas, o consumidor deve pesquisar os preços e aproveitar as facilidades que o mercado oferece como desconto para pagamento à vista e cashback.

“O poder de reação do mercado está elevado, com isso, as empresas oferecem descontos e o consumidor poderá decidir o que cabe no bolso. É importante acompanhar com antecedência, pois os valores tendem a subir e retornar ao valor inicial no fim do período promocional”, explica Varandas.

De acordo com o professor, o consumidor deve também evitar despesas desnecessárias nos últimos meses do ano. “É importante controlar o impulso. Ter uma lista pré-definida, descartar itens desnecessários, saber qual é a disponibilidade de renda para não extrapolar o orçamento mensal, pensar em adiar a decisão de compra por um ou dois dias, pois desse modo, será mais fácil avaliar os impactos do parcelamento nos meses seguintes”, destaca.

Fonte: R7

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