Incidência global de diabetes tipo 2 em adolescentes e jovens adultos sobe 56% em 20 anos
Taxa era de 117 por 100 mil pessoas em 1990 e saltou para 183 por 100 mil em 2019, segundo estudo.
Um amplo estudo global publicado no último dia 7 no periódico científico The BMJ alerta para o aumento significativo do número de adolescentes e jovens adultos com diabetes tipo 2, uma doença que costumava se desenvolver mais em pessoas de meia-idade e idosos.
O artigo mostra que a incidência da doença em adolescentes e indivíduos abaixo de 40 anos saltou de 117 por cada 100 mil pessoas, no ano de 1990, para 183 por 100 mil, em 2019 – um aumento de 56,4%.
Já a taxa de mortalidade padronizada por idade teve um ligeiro aumento no mesmo período: de 0,74 por 100 mil pessoas para 0,77 por 100 mil.
Segundo os autores, o sobrepeso e a obesidade são as principais causas do aumento da incidência de diabetes tipo 2 precoce em todos os países.
“Nosso estudo mostrou uma clara tendência ascendente do ônus do diabetes tipo 2 de início precoce de 1990 a 2019. Essas descobertas fornecem uma base para entender a natureza epidêmica do diabetes tipo 2 de início precoce e exigem ações urgentes para lidar com o problema de uma perspectiva global”, descrevem os autores do estudo.
O diabetes tipo 2, ou diabetes mellitus, é uma doença na qual cria resistência aos efeitos da insulina. Assim, mesmo que produzida até mesmo em quantidades maiores pelo pâncreas, ela não é suficiente para atender às necessidades do organismo.
“Conforme o diabetes tipo 2 avança, ocorre uma diminuição da capacidade de produção de insulina pelo pâncreas”, explica o Manual MSD de Diagnóstico e Tratamento.
Assim como o estudo do The BMJ, o guia médico também menciona a obesidade como o principal fator de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2.
“Uma vez que a obesidade causa resistência à insulina, as pessoas obesas precisam de uma grande quantidade de insulina para manter valores de glicemia normais”, diz a publicação.
Os principais sintomas da doença são:
• Aumento da sede
• Aumento da micção
• Aumento da fome
• Visão embaçada
• Sonolência
• Náusea
• Diminuição da resistência durante atividade física
Entretanto, o Manual MSD faz uma ressalva.
“É possível que as pessoas com diabetes tipo 2 não apresentem nenhum sintoma durante anos ou décadas antes de serem diagnosticadas. Os sintomas podem ser sutis. O aumento da micção e da sede no início é moderado, embora piore gradativamente após várias semanas ou meses. A pessoa acaba se sentindo extremamente cansada, fica mais propensa a ter visão turva e pode ficar desidratada. Nos estágios iniciais do diabetes, às vezes, a glicemia fica excepcionalmente baixa, um quadro clínico denominado hipoglicemia.”
As principais complicações da doença envolvem danos cardiovasculares que podem resultar em infarto e acidente vascular cerebral, problemas renais e oftalmológicos, entre outros.
A principal forma de evitar o diabetes tipo 2 é por meio de uma dieta equilibrada, com a prática regular de exercícios físicos e perda de peso em indivíduos com sobrepeso ou obesidade.
Fonte: R7