MPCE quer multa de R$ 48 milhões para Enel por má prestação de serviço
A empresa pode receber ainda punição entre R$ 1 mi e R$ 15 milhões em procedimento administrativo no Decon.
O Ministério Público do Ceará (MPCE) anunciou, nesta terça-feira (13), que irá entrar com Ação Civil Pública contra a Enel Ceará. O órgão quer que a empresa seja multada em R$ 48 milhões por má prestação dos serviços de energia elétrica no estado.
Entre os motivos citados estão “a baixa qualidade dos serviços”, “o aumento abusivo da tarifa” e indicativos de “irregularidades no cumprimento das regras do contrato de concessão” com o Governo do Ceará.
A Enel Ceará informou que ainda não foi notificada oficialmente. Em nota, a empresa afirmou que “observa e cumpre suas obrigações contratuais estabelecidas no contrato de concessão” e que “trabalha continuamente para melhoria da qualidade do fornecimento de energia no Estado”.
O procurador Geral de Justiça do Ceará, Manuel Pinheiro, destacou a diminuição do número de consumidores cadastrados como baixa renda na Enel, e que recebem subsídio na tarifa.
“Essa ação civil pública não é capaz de compensar todos os prejuízos que os consumidores e energia elétrica no Ceará vêm sofrendo ao longo do tempo por conta de irregularidades, uma idenização ao conjunto da sociedade cearense”, disse o procurador.
Também será instaurado procedimento administrativo no Decon CE, órgão ligado ao Ministério Público e que atua na proteção e defesa do consumidor. Nele serão investigados possíveis infrações da Enel ao Código do Consumidor, também relacionadas à prestação de serviços. A multa por conta do procedimento pod variar de R$ 1 mi a R$ 15 mi.
A empresa terá 20 dias para apresentar defesa no procedimento iniciado no Decon. Além disso, o órgão de defesa ao consumidor também pretende realizar fiscalizações in loco nas agências de atendimento da Enel.
Ambas as iniciativas anunciadas pelo Ministério Público ocorrem após relatório elaborado pela comissão instalada pelo órgão após o anúncio de reajuste de 24,8% na tarifa de luz no Ceará, em maio deste ano.
O documento do Ministério Público também deve ser enviado para o Governo do Ceará, para a Assembleia Legislativa e para o Ministério Público Federal.
Por último, o MPCE deve enviar representação a Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados do Estado do Ceará (ARCE) para que fiscalize a Enel em relação ao número de consumidores beneficiados com Tarifa Social de Energia Elétrica. Segundo o relatório, desde a pandemia de Covid-19, o número de beneficiados diminuiu.
“Nos últimos 3 anos, a Enel Ceará investiu um total de cerca de R$ 3 bilhões. Apenas este ano, a empresa está concluindo a construção de 6 novas subestações e mais 156 quilômetros de Linha de Distribuição de Alta Tensão”, afirma a nota.
Sobre a qualidade na prestação de serviços feita pela companhia, principal ponto indicado pelo Ministério Público e outros órgãos, a nota rebate: “a duração média das interrupções no fornecimento de energia (DEC) apresentou uma queda de 27,2% em comparação com o ano anterior. Já a frequência das interrupções (FEC), ou número de vezes em que o cliente ficou sem energia, apresentou uma redução de 18,7% no mesmo período”.
Fonte: Assessoria de Imprensa MPEC