Mulheres ministeriáveis são fritadas por petistas e aliados

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Enfim a hipocrisia, como diz um famoso meme que rola pelas redes sociais. Afinal de contas o Petê, que vive dizendo que defende os oprimidos, as minorias e os cambal, e ainda faz pior quando ataca ferozmente de aqueles que teoricamente vão contra suas ideias politicamente corretas, não é que agora faz o mesmo que os outros.

Alguma surpresa? Honestamente para mim, nenhuma. Tem até uma famosa frase atribuída a Lênin (algumas vezes a Stálin, não sei quem disse, não estava lá) que diz o seguinte: “Acuse os adversários do que você faz, chame-os do que você é”.

Olha, quem disser que isso não é uma praxe de qualquer lado na política brasileira, simplesmente está mais movido por paixão do que por qualquer outra sentimentalidade que tenha um mínimo de racionalismo. Todavia, de todos os lados possíveis, ninguém o faz mais em quantidade e nem com mais maestria do que a esquerda brasileira.

Há, esta é mestra na hipocrisia do apontar com o dedo sujo. Para termos ideia, o Petê cearense, por exemplo, atacou virulentamente o PDT do Ceará por ter preterido o nome de Izolda Cela como candidata ao governo do Estado. Chamar de misógino foi o menor dos qualificativos ou adjetivos degenerativos, se é que isso é possível, que foi atribuído aos pdtistas da Terra do Sol.

Passou-se um tempo, não muito e nem suficiente para o povo esquecer, (olha que dizem que brasileiro tem memória curta), o mesmo Petê preteriu o nome de Izolda para o Ministério da Educação e ficou com Camilo Santana.

Para quem entende um pouco de cozinha, o banho-maria é uma técnica de cozimento à base de calor indireto conhecida no mundo todo pela expressão francesa bain-marie. Ela é utilizada para preparar alimentos que não podem ferver e que exigem um cozimento lento e uniforme, sem o alto aquecimento que acontece com o contato direto com o fogo. As mulheres que foram de alguma forma cotada para os ministérios estão exatamente passando por isso.

Na capital do Brasil os aliados de Lula criticam nos bastidores todas as possíveis mulheres cotadas para ocupar o primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios. Isso mesmo, não foi um “privilégio” ou “sortilégio” de Izolda.

Apesar da promessa de “paridade” no primeiro escalão do governo, as mulheres cotadas ao primeiro escalão do governo Lula têm enfrentado uma “fritura” nos bastidores do PT. Ao menos seis cotadas para postos de comando na Esplanada dos Ministérios estão sendo alvo de críticas constantes e discursos de desqualificação por parte de parlamentares homens do PT e da ampla base aliada.

É importante citar também a sanitarista Nísia Trindade, favorita para comandar o Ministério da Saúde, tem seu trabalho a frente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) questionado dentro do PT.

Sobrou até para a deputada Marília Arraes (Solidariedade), cotada para a Previdência, a economista Esther Dweck, para o Planejamento, Marina Silva, no Meio Ambiente, e nem mesmo a senadora Simone (STEP) Tebet, que deseja ocupar pastas ligadas aos programas sociais do futuro governo Lula. Todo mundo apanhou.

Até agora só um nome de mulher foi indicado, o da cantora baiana Margareth Menezes para um dos ministérios com menor orçamento: a Cultura. A paridade no comando do novo governo foi uma promessa de campanha e cobrança constante dos movimentos sociais de esquerda.

Entretanto o discurso vai ficando apenas no discurso, afinal, a própria Margareth, na primeira indicação que fez para a pasta que ela irá comandar, já recebeu um não. Segundo contam foi da Janja Lula, acho que a única que conseguiu paridade de força até agora.

Nada de novo no reino da Bruzundanga.

Acha que vai ter paridade? Só sei que nada sei.

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