Cenário de guerra em Brasília

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Quando se olha ao redor na Praça dos Três Poderes o cenário é de destruição. No Eixo Monumental, via que dá acesso à Esplanada, ferro retorcido, garrafas de água e cápsulas de bomba de gás estavam espalhadas no asfalto

No dia seguinte as manifestações ocorridas em Brasília que culminou com atos de vandalismo, os palácios do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal, que foram invadidos por manifestantes enfurecidos, o cenário era de devastação na Praça dos Três Poderes nas primeiras horas desta segunda-feira. No Eixo Monumental, via que dá acesso à Esplanada, ferro retorcido, garrafas de água e cápsulas de bomba de gás estavam espalhadas no asfalto.

Depredados, os prédios foram isolados para a realização de perícia. O objetivo é identificar as avarias e coletar evidências sobre os atos que a grande imprensa nacional tem chamado de terroristas. No Palácio do Planalto, a perícia já foi concluída, mas a imprensa só pode acessar a área externa do prédio. Segundo a assessoria da Presidência, há cacos de vidro e sangue espalhados pelo prédio.

No espelho d’água em frente ao Congresso, um carro da Polícia Legislativa estava parcialmente adernado. Havia lixo acumulado e pichações. Na cúpula do Senado, golpistas escreveram “SOS FFAA” (Forças Armadas).

Manifestantes radicais invadiram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, neste domingo. Os participantes de atos antidemocráticos estavam com pedaços de paus e pedras.

Segundo a Polícia Civil, até as 23h deste domingo, 300 pessoas haviam sido presas por participar dos atos de vandalismo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) decretou intervenção federal no Distrito Federal no fim da tarde de ontem. Segundo Lula, a intervenção vale para todas as decisões relativas à segurança pública é necessária porque policiais militares, que respondem ao governador do DF, Ibaneis Rocha, foram lenientes para conter os manifestantes.

Para o cargo de interventor foi anunciado Ricardo Garcia Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça. Pelo decreto, o governo federal assumirá todas as funções relativas a segurança pública do DF, mantendo o restante sob responsabilidade de Ibaneis.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou na madrugada desta segunda-feira o afastamento por 90 dias do governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB). A medida foi determinada após os atos praticados por apoiadores de Jair Bolsonaro. Na decisão, tomada no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos, Moraes afirma que Ibaneis teve uma “conduta dolosamente omissiva”. “Absolutamente NADA justifica a omissão e conivência do Secretário de Segurança Pública e do Governador do Distrito Federal com criminosos que, previamente, anunciaram que praticariam atos violentos contra os Poderes constituídos”, escreveu o ministro.

Moraes também determinou a “desocupação e dissolução total” em 24 horas dos acampamentos realizados nas “imediações dos Quartéis Generais e outras unidades militares para a prática de atos antidemocráticos” e a prisão em flagrante de seus participantes “pela prática dos crimes de atos terroristas, inclusive preparatórios”.

Cerca de 1.200 pessoas foram detidas no acampamento em frente ao QG do Exército, em Brasília. De acordo com o Ministério da Justiça, o número ainda poderá ser atualizado. Segundo a pasta, os radicais foram encaminhados para a Polícia Federal para averiguação. A Polícia Civil informou, no entanto, que cerca de 40 ônibus estariam a caminho do Complexo da corporação. Na noite deste domingo, pelo menos 300 pessoas já tinham sido detidas.

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