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A Pátria quase parou

Vai completar uma semana que a pátria quase parou depois dos (podemos assim denominar) “ataques de 8 de janeiro” e o saldo contabiliza mais de duas centenas de pessoas envolvidas diretamente com a ação, classificada como antidemocrática, golpista, terrorista, dentre outros adjetivos.

Inexplicável, injustificável e inescusável

O fato é que, independentemente de quem seja a autoria, de quem tenha financiado, de quem tenha se omitido, o que aconteceu em Brasília é gravíssimo e impossível de acreditar para os dias atuais. O festival de barbárie é digno do que acontecia há séculos e quando a tirania de ditadores ainda era a regra, mas não dentro de uma democracia.

Cada lado com sua narrativa

De um lado os apoiadores de Lula atribuem aos militantes bolsonaristas a autoria dos ataques às sedes dos três Poderes da República, tanto pelo fato de que uma grande maioria já acampava na capital Federal e tantos outros chegaram, aos montes, dos várias rincões do Brasil, como pelas imagens e postagens em perfis pessoais de muitos deles nas mais variadas redes sociais. Estes, por sua vez, se defendem alegando que as manifestações eram pacíficas até que “infiltrados de esquerda” incitaram a violência. Quem você, caro leitor, acha que esteja com a razão?

Punição exemplar

A preço de hoje ninguém deve passar impune, assim deixou bastante claro o Ministro Alexandre de Moraes pelas medidas que adotou já a partir da segunda-feira. Além da legislação (boa parte aprovada no governo de Bolsonaro) ser clara e as provas suficientes para a abertura de processos, não se percebe de parte da sociedade (salvo por quem está “na bolha”) qualquer indício de solidariedade com o caso, tamanho o prejuízo causado, afinal não foi só o patrimônio mas boa parte da memória da República destruída de forma inconsequente pela multidão, algo irrecuperável.

Nem só de guerra vive o Brasil

A despeito de tudo o que acontece, a vida precisou seguir, inclusive em Brasília. Ainda sob os escombros do que restou, a movimentação foi grande e com posses emblemáticas, com as de Anielle Franco (irmã de Marielle Franco), no Ministério da Igualdade Racial, e de Sônia Guajajara, no Ministério dos Povos Indígenas, numa clara distinção do atual governo em relação ao antecessor, que sempre fez pouco caso com as minorias e grupos étnicos. Não deixa de ser um tímido mas importante sinal de paz em meio à guerra.

Você sabia?

Passou despercebido, mas a verdade é que o Papa Emérito Bento XVI, sepultado na última quinta-feira, foi o maior defensor, na Igreja Católica, de Cícero Romão Batista, o “padre maldito” que, excomungado, teve em Joseph Ratzinger o condutor de sua reabilitação histórico-eclesial e posterior beatificação.

Por Thyago Donatto

Advogado, radialista e jornalista em formação.

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