Americanas pede à Justiça que luz e telefone não sejam cortados

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Americanas (AMER3) foi à Justiça solicitar proteção contra cortes no fornecimento de luz, internet e telefonia em suas lojas. O pedido foi feito nessa segunda-feira, 30/1. A empresa vem sendo alvo de cobranças de concessionárias estaduais, como Enel São Paulo e Light, que atende a região metropolitana do Rio de Janeiro.

Na petição, a varejista pede proteção contra os cortes e solicita que seja estabelecida multa diária de R$ 100 mil em caso de corte.

Somente no Rio de Janeiro, a dívida chega a R$ 919 mil, enquanto em São Paulo passa dos R$ 440 mil.

Já no que se refere à telefonia, o débito da Americanas com a Claro passa dos R$ 24 milhões.
Em relação a aluguel atrasado, uma ação de despejo contra a Americanas está em andamento por atrasos no aluguel de um espaço no Plaza Shopping, em Niterói-RJ. Quem administra o centro comercial é o consórcio Aliansce Sonae + BR Malls e a dívida é de R$ 319 mil.
Funcionários vivem incerteza
Um misto de desconfiança e de negação da realidade predomina entre os funcionários das lojas físicas da Americanas, empresa que entrou em recuperação judicial há menos de duas semanas depois de divulgar “inconsistências” de R$ 20 bilhões em seus balanços.
Com cerca de 1.800 pontos de vendas espalhados pelo País e também com forte presença no comércio online, a companhia tem cerca 45 mil funcionários e é um dos maiores empregadores do País.

Ação do Ministério do Trabalho
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta segunda-feira, 30, que o governo federal não tem uma saída sobre como enfrentar, ao lado dos mais de 40 mil trabalhadores, a situação envolvendo a Lojas Americanas, que revelou há dias um rombo de R$ 20 bilhões nos seus balanços financeiros.
O dirigente da pasta se colocou à disposição para dialogar com a empresa ao lado dos sindicatos para encontrar o “melhor caminho” a ser trilhado.
Comunicado
Logo depois que a Justiça do Rio aceitou o pedido de recuperação judicial, no último dia 19, a Americanas enviou comunicado às lojas. Disse que a rede não vai falir e que “a recuperação judicial é justamente uma forma de empresas viáveis economicamente seguirem com suas operações, com seu caixa preservado e negociando com seus credores”. O comunicado esclarece também que “a lei prevê que os salários sejam pagos normalmente durante o período em que a empresa estiver em recuperação judicial”.
Na questão se haverá demissões, a Americanas afirmou que, neste momento, a companhia está focada na manutenção das operações. Em seguida, acrescentou que “um plano estratégico de otimização dos recursos está em andamento para que decisões que garantam a sustentabilidade da companhia tenham efeitos em curto prazo”. No entanto, ponderou que, “em processos como esse, é comum que haja reestruturação”.
É exatamente esse o ponto crucial para as lideranças sindicais. Na análise do presidente do Sindicato dos Comerciários de São Paulo e presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, o que está escrito nas entrelinhas é que poderá haver demissões. “A empresa não responde claramente a pergunta se as demissões vão ocorrer, mas quem tem experiência sabe que, o que está dito na última frase, que cita a reestruturação, é isso.”
Bloqueio
Na última quarta-feira, seis centrais sindicais e duas confederações de trabalhadores ajuizaram uma ação civil pública na 8.ª Vara do Trabalho de Brasília para pedir que a Justiça bloqueie R$ 1,53 bilhão da conta pessoal dos principais acionistas da Americanas – o trio Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles -, com o argumento de que é necessário garantir que as 17 mil ações trabalhistas em curso contra a varejista sejam pagas.

Fonte- O povo



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