Gasolina ficará R$ 0,69 mais cara com fim da desoneração no fim do mês

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Segundo economista, esse é o impacto com a volta da cobrança de impostos federais sobre o combustível a partir do dia 28.

O fim da desoneração de impostos do governo federal deve resultar em um aumento no preço da gasolina de R$ 0,69 por litro para o consumidor nos postos de combustíveis em todo o Brasil. O cálculo é do economista Francisco Raeder, doutorando em economia da UFF (Universidade Federal Fluminense).

Segundo ele, esse seria o crescimento no valor cobrado nas bombas, caso se confirme a volta dos impostos federais em cima dos combustíveis nos mesmos moldes do ano passado. Em relação ao etanol, a alta seria de R$ 0,33 por litro.

A reoneração está prevista para ocorrer a partir do dia 28 deste mês. Até o momento, não há definição para reverter a decisão.

“Os tributos federais são cobrados em um valor fixo por litro (R$/litro). Desde junho de 2022, com a desoneração, todos os tributos federais foram zerados. No entanto, a partir de dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), é possível verificar que, antes da desoneração, incidiam R$ 0,69 por litro de gasolina comum e R$ 0,33 por litro de diesel S10”, explicou Raeder ao R7.

Em 2022, o governo Bolsonaro implementou medidas de redução de dois tributos federais que reduziram os valores. Com essa diminuição, a gasolina encerrou o ano passado com queda de 25%, custando R$ 4,96 na média nos postos do país.

No caso de diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo, a desoneração se encerrou no último dia 31 de dezembro. Já os impostos sobre gasolina, etanol, gás natural veicular e querosene de aviação estão zerados justamente até 28 de fevereiro de 2023.

Tributos estaduais
Além disso, o então presidente Jair Bolsonaro sancionou, no ano passado, lei que limitou a cobrança do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis e outras três áreas para o patamar máximo de 18%.

Trata-se de um imposto que vem dos governos dos estados. Antes dessa alteração, algumas regiões chegavam a cobrar mais de 30% de ICMS sobre a gasolina, especificamente.

Segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), o maior imposto na composição dos preços dos combustíveis são os encargos estaduais. No caso, o ICMS.

Considerando somente a gasolina, em maio de 2022, o ICMS era responsável por 23,5% do preço final, na média nacional. Vale lembrar que isso já ocorria antes mesmo dos tributos federais serem zerados, o que ainda está em vigor.

Com essa redução, a gasolina encerrou o ano passado com queda de 25%, custando R$ 4,96 na média do país. No último dia 25, a Petrobras aumentou em 7,5% o preço da gasolina cobrada pelas distribuidoras.

Se o aumento for integralmente repassado e não tiver alterações nas demais parcelas que compõem o preço ao consumidor final, o valor médio da gasolina cobrado aos motoristas terá aumentado R$ 0,37, para o preço final de R$ 5,35.

De acordo com o relatório mais recente da ANP, emitido em janeiro, o atual preço médio do litro de gasolina está em R$ 4,98.

Petróleo e Prates
Além disso, outro fator de incerteza é a posse de Jean Paul Prates na presidência da Petrobras.

Enquanto senador pelo PT, o indicado por Lula ao cargo chegou a propor um fundo de estabilização do preço dos combustíveis, com dinheiro que a empresa paga mensalmente ao governo brasileiro.

Dessa forma, a Petrobras usaria esse capital para conter um aumento súbito na cotação internacional do barril de petróleo, por exemplo. Isso impediria que o preço dos combustíveis aumentasse no Brasil de forma brusca.

*Estagiário do R7, sob supervisão de Ana Vinhas.

Fonte: R7

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