Mídia digital e comunicação com jovens: as mudanças do Carnaval do Rio
A Liesa, Liga Independente das Escolas de Samba, resolveu investir no marketing digital neste ano no Carnaval do Rio, seguindo a tendência mundial de interação nas redes sociais. A ideia foi do diretor de marketing da liga, Gabriel David, que, em entrevista à coluna, contou detalhes desta mudança.
“Estamos fazendo uma comunicação mais voltada para o digital e o público jovem. Queremos mostrar a preparação do Carnaval até aqui. O que a passista tem que fazer para entrar na avenida, o que a rainha de bateria tem que fazer? Mas estamos mostrando isso em um formato que o público jovem está mais conectado, mais ligado, tem mais acesso próximo deles. Esse é o nosso principal objetivo neste Carnaval”.
De acordo com Gabriel David, as mudanças já começaram a aparecer em números.
“Estamos tendo uma aderência super legal, diferentemente do que as escolas sempre tiveram, os dados das redes digitais das escolas já são significativamente mais altos do que dois, três anos atrás. É o primeiro Carnaval que a Liesa dá atenção para isso de impulsionar as próprias escolas, através de seus patrocinadores, parceiros e contatos direto com a mídia”.
Além das massivas postagens nos ensaios técnicos e barracões, nos dias de desfile a cobertura também será diferente. Mídias digitais foram credenciadas como imprensa e o público sentirá isso de casa.
“Isso foi discutido entre os diretores da Liga. A TV Globo já tem usado desta estratégia para vários programas de sua grade e isso só impulsiona mais o produto que todos estão comprando. Nos ensaios técnicos já dá para ver esta diferença nas redes sociais e nos desfiles vamos ver também”.
Para os próximos anos, a ideia de Gabriel David é que o público jovem possa participais mais e entender o processo da escolha de samba e enredo das escolas e com isso compreender melhor o que assiste na avenida.
“Outro passo é mostrar os sambas que as escolas levam para a avenida. Você teria o efeito de ter mais pessoas cantando os sambas, teria uma atenção maior das pessoas para isso, entendendo o que as escolas querem passar na avenida. É um degrau de cada vez. Essa nova geração vai entender mais o que é este ciclo antes de entrar na avenida”.
Fonte- Metropoles