Globo demite Fábio Turci, César Galvão e Fábio William
Fábio Turci, César Galvão e Fábio William não fazem mais parte do quadro de funcionários da Rede Globo. Os quatro jornalistas veteranos da emissora de Roberto Marinho foram demitidos nesta quarta-feira, 5 de abril, um dia após o desligamento de uma outra leva de repórteres. O motivo são os altos salários. Na terça-feira, 4 de abril, conforme noticiado pelo OFuxico, os repórteres da emissora no Rio de Janeiro, Eduardo Tchao, Monica Sanches, Luciana Osório, também foram desligados após anos de serviços prestados.
Fabio Turci estava da Rede Globo há 20 anos. Desde 2003, ele vinha participando de coberturas importantes, principalmente em São Paulo. Chegou a ser correspondente internacional em Nova York entre 2014 e 2018. Turci também cobria folgas dos âncoras no SP1 e SP2.
O veterano César Galvão também foi demitido. O jornalista entrou na Rede Globo em 1999 e na emissora se especializou em coberturas ligadas a violência e a segurança pública. Galvão teve passagens pela Rádio CBN e pela extinta Rede Manchete.
A lista segue com Fábio William, funcionário desde 1996. O jornalista estreou na GloboNews e depois tornou-se apresentador do Jornal das 10. Em 1998, Fábio integrou a equipe do Bom Dia Brasil e do Jornal da Globo. Em 2003, virou repórter especial do Jornal Nacional em Brasília.
No último dia 1º de abril, a Globo enviou um comunicado que assustou seus funcionários. Isso porque nele havia informes que a emissora “poderia fazer vários cortes” ao decorrer das próximas semanas, dando mais ênfase em salários “acima da média”.
A TV Globo também entrou em contato com o OFuxico e mandou uma comunicado sobre as demissões.
“A Globo, assim como as demais empresas de referência do mercado, tem um compromisso permanente com a busca de eficiência e evolução. Seus resultados refletem a boa performance do conjunto das suas operações e uma constante avaliação do cenário econômico do país e dos negócios. Como parte do processo de transformação pela qual vem passando nos últimos anos e alinhada à sua estratégia, a empresa mantém a disciplina de custos e investimentos em iniciativas importantes de crescimento”.
Há informações de que, além da área do jornalismo, diversas outras áreas também foram afetadas, como entretenimento e engenharia, e os desligamentos não devem parar por aí. Na última semana, em nota enviada pela TV Globo, a emissora informou os funcionários sobre os lucros da empresa no ano de 2022 e, apesar da Globo ter tido mais lucro que em 2021, a empresa também teve mais gastos e ficou no prejuízo.
“No acumulado do último ano, a receita líquida aumentou 5% (R$ 739 milhões) em relação a 2021, totalizando R$ 15,2 bilhões”, dizia, acrescentando que isso foi impulsionado pelo sucesso da novela “Pantanal”, o “BBB22”, a “Copa do Mundo do Catar” e o Rock in Rio.
No entanto, a emissora teve uma redução de R$ 41 milhões na receita de conteúdo, devido a uma queda de assinaturas em canais lineares e a venda da Som Livre. O comunicado ainda revela que os altos custos da aquisição dos direitos da Copa do Mundo 2022 fizeram com que a empresa tivesse um prejuízo de R$ 41 milhões, algo que impactou diretamente para que “ajustes” fossem feitos.
O site TV Pop, na última semana, teve acesso a um comunicado do Sindicato de Jornalistas Profissionais do Rio de Janeiro, onde informava sobre um reunião com o gerente de RH da TV Globo, Edmundo Lopes, justamente sobre possíveis demissões que aconteceriam na empresa.
“A empresa passa por um processo de ajuste e, em consequência, promoverá “demissões pontuais” em abril e maio. Manifestamos nossa posição contrária a processos de demissão em massa e cobramos informações sobre a quantidade e o perfil dos profissionais que serão atingidos. O representante da empresa afirmou que não se trata de demissões em massa e que os cortes atingirão os salários mais altos que, segundo ele, estão incompatíveis com o mercado”, dizia um trecho.
Fonte- O fuxico