Abstenção recorde no Enem gera desperdício de R$ 332,5 milhões

Alunos do sistema de ensino COC fazem simulado do Enem.
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Mais da metade dos inscritos não foram fazer a prova e geraram um prejuízo milionário aos cofres públicos.

A abstenção de 2,84 milhões de candidatos do Enem 2020, número que representa pouco mais da metade (51,5%) dos inscritos, gera um desperdício de R$ 332,5 milhões aos cofres públicos. Isso porque o custo da prova, neste ano, é de R$ 117 por aluno.

Esse valor desperdiçado é quase o dobro de tudo o que foi gasto em 2020 com a Bolsa Permanência, programa de auxílio a alunos de baixa renda em universidades públicas. No ano inteiro, foram empenhados R$ 180 milhões neste subsídio.

O cálculo é o mesmo utilizado pelo Ministério da Educação nos últimos anos para divulgar o desperdício de verba causado por alunos que se inscreveram, mas não compareceram à prova. Ele pega o total gasto na prova (neste ano, R$ 682 milhões) e divide pelo número de candidatos (5,783 milhões de inscritos). Assim, o custo por aluno da prova por aluno em 2020 é de R$ 117. Esse valor vezes o número dos que não foram ao exame (2.842.332) dá o total do desperdício: R$ 332,5 milhões.

A Defensoria Pública da União protocolou na tarde desta segunda-feira um pedido para que a segunda prova do Enem 2020, marcada para o próximo domingo (24), seja adiada. Na ação, também requisita que todos os candidatos que faltaram a primeira possam realizar o exame em outra data.

A petição argumenta que há novos fatos trazidos com a realização da primeira prova que justificam o novo pedido. Segundo a DPU, ficou “cabalmente demonstrado ontem, durante a aplicação da primeira prova do Enem” que os réus não “respeitaram o percentual de ocupação de salas com que tinham se comprometido, tendo induzido esse Juízo a erro”.

O Inep argumentou que apenas 50% da capacidade das salas seriam preenchidas. No entanto, alguns candidatos foram comunicados por fiscais nos locais de prova que as salas estavam com “lotação máxima” e não puderam realizar o exame.

De acordo com o defensor público da União João Paulo Dorini, autor da ação, os alunos que não puderam realizar a prova porque estavam em salas superlotadas ainda têm direito de pedir indenização.

“Essas pessoas não podem ser prejudicadas. O Inep havia garantido que havia segurança para todo mundo, quando na verdade não havia” afirma.

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