Com queda no número de ofertas de trabalho, Sobral realiza I Feirão do Emprego

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Na contramão da tendência nacional e do estado, que apresentam números recordes de recuperação do emprego, Sobral aumenta o número de desocupados. Mas a administração municipal diz que a culpa é do governo federal.

“No que diz respeito a empregos, o país atravessa uma crise; e o município tem empreendido todos os esforços para minimizar esse problema, que é nacional”. A fala é de Inácio Ribeiro, secretário do Trabalho e Desenvolvimento Econômico do Município, à frente do I Feirão do Emprego, a ser realizado no Centro de Convenções de Sobral, no próximo dia primeiro de novembro. “No ano passado, lançamos o Programa Ocupa Juventude, que envolve 12 projetos voltados aos jovens, que reforça nossa política agressiva na atração de novos negócios. Agora, idealizamos o Feirão do Emprego, que visa dar novas oportunidades de trabalho a quem está fora do mercado”, adianta o secretário.

Para a realização da Feira, a secretaria tem visitado empresas de diversos setores, entre eles, comércio, serviços e indústria, captando vagas a serem ofertadas ao longo do evento, programado para ocorrer de 8h à 17 horas, atendendo pessoas com idades a partir de 16 anos, para vagas de estágio; além dos pretendentes ao emprego formal, aquele com carteira assinada. Os interessados devem portar currículo, documentos pessoais, carteira profissional e comprovante de residência. Ainda, segundo o secretário, é importante destacar que não será apenas um processo de intermediação de mão de obra, entre empresas e interessados. O espaço oferecerá qualificação profissional, com a realização de workshops, palestras e seminários, todos voltados à empregabilidade”, reforça, Inácio Ribeiro.

Em Sobral, o maior mercado gerador de empregos, o calçadista, há muito não tem contratado. Segundo o coordenador Regional Norte do Sistema Nacional de Emprego e Instituto de Desenvolvimento do Trabalho (Sine/IDT), João Lourenço Portela, “isso é uma pena, por conta da crise econômica que tem deixado Sobral entre os municípios que têm diminuído seus postos de trabalho. Apesar de seguimos garimpando vagas, as que têm surgido, não são as esperadas. Tudo ainda é muito insuficiente, em relação á demanda do mercado, no momento”, revela o coordenador.

Ainda, segundo Portela, “o município registra saldo negativo em pouco mais de 2 mil empregos, apesar do esforço do Sistema em manter um fluxo ativo de recondução de profissionais ao mercado de trabalho”, revela, e complementa. “Estamos tentando recuperar esses números do desemprego local. Agora, as empresas, ainda não conseguem ver os negócios aumentarem, daí, a falta de contratações”, diz o coordenador. E sobre o Feirão, “acho positiva essa forma de convidar os empresários a se sentirem sensíveis ao desemprego; mas é bom saber se vai ter vagas para as pessoas. Até porque, não há crescimento dos trabalhos; há, sim, uma substituição nas mesmas vagas. A troca de um profissional, por outro mais qualificado. Da forma que está, ainda está longe do ideal”, salienta.

Em relação ao último trimestre do ano, período em que o mercado oferece vagas de contratação temporária de trabalhadores para atender à demanda, em Sobral, o Sine  ainda não tem o quantitativo dos postos a serem oferecidos, mas o trabalho de captação de vagas segue seu cronograma, adianta o coordenador Regional do Sine. “Eu mesmo vou iniciar um trabalho grande de visitas a empresas, conversar com os empregadores, para ouvir suas necessidades, e, até, sensibilizá-los. Conversando, com eles, a gente percebe que há uma certa credibilidade em voltar a crescer; mesmo com toda a crise econômica que ocorre nesse momento”, reflete.

Desempregado, há quase um ano, Wellington Diniz sonha em voltar a ter a Carteira de Trabalho assinada (Foto: Marcelino Júnior).

Apesar de todo o arrocho que a falta de emprego traz, quem não perde mesmo a esperança de voltar ao mercado do trabalho formal é Wellington Diniz de Maria. Aos 39 anos de idade, ele tem vivido de pequenos bicos e atividades informais, desde que deixou o último trabalho de carteira assinada, há cerca de 8 meses, como ajudante de entrega em uma empresa de bebidas. De olho na possibilidade de voltar à formalidade, ele já se prepara. “Vou estar lá no Feirão com meus documentos na mão e o currículo também, para tentar um emprego novo. É muito ruim viver de bico. De carteira assinada, a gente se sente mais seguro com os direitos que o emprego dá”, explica.

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