Primeira reunião do Copom do ano gera expectativa de manutenção de taxa básica de juros em 2% ao ano

Compartilhe

Com fraco nível de atividade no começo deste ano, apesar das pressões inflacionárias, analistas veem juros começando a subir somente a partir de agosto.

Nesta quarta-feira (20), pela primeira vez em 2021, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá para definir o nível da taxa básica de juros. Segundo expectativa dos analistas do mercado financeiro, a taxa deve permanecer na mínima histórica de 2% ao ano.

Se confirmada a previsão do mercado financeiro, essa será a terceira vez consecutiva em que a taxa será mantida. A decisão será anunciada pelo BC por volta das 18h30.

A definição da taxa de juros se dá em meio à alta dos preços das “commodities” (produtos com cotação internacional, como petróleo, minério de ferro e soja) e à valorização do dólar, a moeda norte-americana. Esses fatores pressionam a inflação no começo deste ano.

Por outro lado, a economia dá sinais de desaquecimento no início de 2021 em relação ao registrado no último semestre do ano passado. O fim do auxílio emergencial do governo federal, segundo economistas, está contribuindo para o fraco nível de atividade no primeiro trimestre, e atuando para conter a inflação.

Na semana passada, em videoconferência com investidores, o diretor de Política Monetária do BC, Bruno Serra, confirmou que a economia terá uma “desaceleração natural” por conta do fim do auxílio emergencial e explicou que o aumento recente dos preços das “commodities” decorre de:

•          auxílios fiscais no Brasil, e em outros países, que gerou aumento do consumo;

•          decisões de alguns países limitarem a produção de petróleo, elevando seu preço;

•          dificuldades climáticas na produção de alimentos, que também gera alta.

Com o fim do auxílio emergencial no começo deste ano, Daniel Xavier, economista sênior do banco ABC Brasil, estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) desse período virá próximo de zero, ou seja, sem crescimento. Por outro lado, os preços das “commodities”, em conjunto com as pressões do dólar alto, tendem a pressionar a inflação no curto prazo, acrescentou o analista.

“As pressões de inflação que são vistas hoje em dia estão muito associadas ao comportamento de ‘commodities’, mais o real depreciado. Então, são elementos voláteis da inflação e, para olhar a tendência, é bom olhar os núcleos [de inflação], que estão rodando ainda em taxas baixas. A tendência ainda é moderada [para a inflação]. Boa parte desse choque tem caráter transitório”, declarou Xavier.

Ele projeta aumento do juro básico da economia a partir de agosto, momento no qual o Banco Central já estará fixando os juros com base na meta de inflação de 2022, que é de 3,5%, ou seja, menor do que o objetivo central deste ano (3,75%). “Nosso cenário base é de inicio das altas em agosto, em ritmo moderado de 25 basic points [0,25 ponto percentual]”, concluiu.

Você pode gostar...

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Skip to content