Policial militar do Ceará ameaça médico e exige R$ 20 mil para cessar chantagens
As chantagens começaram quando o profissional teria dito ao paciente que o tratamento indicado, incluindo exames e medicações, não seriam custeados pelo plano de saúde do cabo.
Um cabo da Polícia Militar é investigado por ameaçar um médico, os familiares e funcionários da clínica onde a vítima atua. As chantagens teriam começado ainda em 2020, quando o médico se negou a operar o agente.
A Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD) determinou ao PM punição de cinco dias de permanência disciplinar, devido ao caso. O militar ainda teria exigido R$ 20 mil da vítima, em troca de cessar as ameaças.
De acordo com a portaria, “o militar, após sofrer um acidente de trânsito foi atendido pelo médico, tendo realizado exames, consultas e procedimentos médicos. Todavia, inconformado, por não ter sido operado pelo referido médico e em virtude do valor cobrado pelos exames, o mencionado militar passou a constranger o denunciante, por meio de reportagens, mídias sociais, e ligações telefônicas para a vítima e seus familiares, além de outras pessoas, se referindo ao médico como ‘charlatão’ e asseverando que ‘a casa caiu’”.
A Controladora publicou no Diário Oficial do Estado (DOE) detalhes sobre o caso.
Conforme o documento, no dia 16 de setembro de 2019, o militar sofreu um acidente de trânsito, quando trafegava em uma motocicleta na companhia da esposa.
Em decorrência deste acidente, o referido militar ficou com sequelas no seu braço esquerdo e sua companheira veio a perder um membro inferior. Após isto, o referido militar buscou no guia de saúde do seu plano um tratamento para amenizar suas sequelas e uma operação neurocirúrgica.
Por meio das pesquisas, ele chegou ao nome do médico, que viria a ameaçar meses depois. As chantagens começaram quando o profissional teria dito ao paciente que o tratamento indicado, incluindo exames e medicações, não seriam custeados pelo plano de saúde do cabo.
O médico acredita que o cabo, possivelmente frustrado com sua condição clínica e pela sua recusa em realizar o procedimento cirúrgico, atribuiu-se falsa identidade, de advogado, com o objetivo de lhe exigir dinheiro.
No dia 10 de setembro de 2020, o policial teria se passado por um advogado sugerindo que ele recebesse R$ 20 mil para parar de difamar o médico.
“O denunciante asseverou que não cedeu às chantagens do denunciado, consequentemente vem sofrendo retaliações e constrangimentos por parte do referido policial, que usa as mídias sociais para atacar sua honra, apresentando uma versão em que questiona os procedimentos realizados sem qualquer respaldo técnico, e arregimenta pessoas com discursos de ódio e ameaças por meio de um grupo no WhatsApp intitulado por ele de ‘vítimas do médico’, além de usar diversos números de telefone para lhe passar trotes, bem como para seus familiares e funcionários, desde agosto de 2020”.
Consta ainda no DOE que a secretária do médico recebe diariamente, desde 2020, mensagens anônimas de números diversos, contendo ameaças e ofensas à honra da vítima, tais como, “charlatão, bandido, que o profissional atua com má-fé, que sabe de toda a vida do médico, endereços e nomes de familiares”.
Fonte: Diário do Nordeste