Aumento de casos de gripe por vírus sincicial alerta para riscos em crianças

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O Ceará está entre os 19 estados brasileiros que apresentam aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), segundo o boletim Infogripe, da Fiocruz. Na população adulta, o crescimento é em função da Covid-19. No caso de crianças, o aumento é associado ao vírus sincicial respiratório (VSR). No cenário cearense, os casos em crianças inspiram mais cuidados. Alguns quadros podem virar pneumonia e bronquiolite, principalmente entre menores de dois anos.

Boletim detalha os vírus prevalentes no Brasil. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 12,6% para influenza A; 7,9% para influenza B; 10,9% para VSR; e 68,6% para Sars-CoV-2.

No caso do Ceará, o crescimento foi identificado em diferentes faixas etárias. Na análise das capitais, 17 apresentam sinal de crescimento dos casos de Srag, incluindo Fortaleza.

O secretário executivo de Vigilância em Saúde da Sesa, Antônio Lima (Tanta), explica que no cenário estadual, os casos de crianças inspiram maior atenção. “Nos últimos anos, esse ano em particular, pós-pandêmico, esse vírus (vírus sincicial respiratório -VSR) tem nos preocupado por causa das complicações que pode causar nas crianças menores”, afirma, mas pondera que “a maioria dos casos não complica, complica mais em menores de dois anos”.
Tanta explica que a bronquiolite, uma das complicações que as crianças menores podem apresentar, é uma inflamação aguda de bronquíolos terminais, que são terminações mais finas, que levam o ar para os pulmões. “Os bebês começam a ter dificuldade para respirar, por causa da inflamação do bronquíolo, e começam a apresentam sibilado”, detalha.
O vírus sincicial “não tem característica de um vírus explosivo, mas é um vírus de progressão sazonal, pela época do ano”. Diferentemente da influenza, não há vacina contra o VSR. “Contra a influenza temos conseguido vacinar rápido. Ceará tem a maior cobertura geral e, de crianças, é disparadamente a maior. A linha de tendência da influenza já começa a declinar. A gente tem um instrumento que já utilizou”, compara.
Conforme nota técnica da coordenação-geral de Vigilância das Doenças Imunopreveníveis, do Ministério da Saúde (MS), entre os sintomas da infecção pelo VSR, os mais comuns são: obstrução nasal, coriza hialina, tosse, febre, recusa alimentar e irritabilidade.
“É importante ficar atento a outros sinais de alerta, como febre alta, tosse persistente, dificuldade para respirar, chiado no peito, cianose (coloração azulada ou acinzentada em algumas partes do corpo), gemência, retração torácica, apneia, hipoatividade e prostração”, acrescenta a nota. No aparecimento desses sintomas de alerta, a recomendação é procurar um serviço de saúde para atendimento.
Para reduzir os riscos de crianças desenvolverem bronquiolite e pneumonia, é importante reforçar algumas medidas preventivas, não farmacológicas, para evitar riscos de infecção, como:

Distanciamento físico;
Etiqueta respiratória;
Higiene das mãos;
Evitar tabagismo passivo;
Evitar tocar os olhos, nariz ou boca sem adequada higiene das mãos, após contatocom superfícies ou objetos potencialmente contaminados;
Limpeza e desinfecção de objetos e ambientes;
Evitar o contato ou exposição de crianças com pessoas com sintomas respiratórios;
Evitar ambientes fechados e aglomerados, principalmente por crianças menores quedois anos e no período de maior sazonalidade;
Crianças com sintomas respiratórios devem abster-se de frequentar escolar ecreches, o afastamento deve ser definido conforme orientações médicas.

Fonte- O Povo


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