Paraense recebe ‘feliz aniversário’ de Beyoncé e multidão de 75 mil em show na Alemanha

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A paraense Maria Clara Hage realizou o sonho de todo fã de Beyoncé: foi notada e recebeu uma homenagem da estrela do pop, durante show da diva em Hamburgo, na Alemanha.

“Era meu aniversário de 30 anos, e ela disse meu nome e me desejou parabéns”, relata Maria.

A aventura inesquecível ocorreu esta semana, e o vídeo viralizou nas redes sociais.

Maria mora na cidade Baden-Württemberg, na Alemanha fronteira com a Suíça, há um ano. Nasceu no interior do Pará, na pequena Monte Alegre, município com 60 mil habitantes, para estudar na Europa, onde se graduou em Cinema e em Design de Interiores. Ela conta que decidiu, de última hora, viajar sozinha cerca de 770km em seu aniversário para ver o show da ídola.

“Eu não tinha um ingresso pra esse show, não tinha passagem, era muito longe de onde eu moro. Mas eu decidi tudo um dia antes, no dia 20 à noite, decidi comprar a passagem, comprar o ingresso”, relata.

“Eu sou fã dela desde que eu me entendo por gente, assim, eu não consigo lembrar uma época em que eu não o fosse. E eu nunca tinha tido oportunidade de ir em nenhum show dela. Tanto é que esse, eu saí, cruzei a Alemanha pra ir assistir. Porque era a oportunidade que eu tinha, o momento certo”, conta.

Maria chegou à cidade de Hamburgo horas antes do espetáculo. “Na fila do show, conheci pessoas extraordinárias, que se não fossem elas, eu acho que nada disso tinha acontecido”, diz. Maria conta que foi ideia dos novos amigos fazer o cartaz contanto que aquele era o dia de seu aniversário, e assinar a mensagem com o seu nome. “Eles que pegaram o papelão, eles que escreveram pra mim, eles que me incentivaram a levantar”.

Episódio de xenofobia
Latina vivendo em uma pequena e pacata cidade no interior alemão, Maria Hage conta que viveu momentos de tensão dias antes do aniversário. Ela foi a uma localidade próxima, chamada Freiburg, para ir a uma festa acompanhada de amigos.

No entanto, foi barrada pelo segurança na entrada no estabelecimento. “o segurança falou que estava lotado, mas, depois, eu percebi que era lotado para mim, porque vários alemães estavam entrando no lugar. Eu voltei lá para questionar e ele simplesmente continuou dizendo não, está lotado, e riu, debochou”, relata.

O episódio foi postado por Maria nas redes sociais. “Levei toda essa situação para a minha rede social. Muita gente se revoltou, o perfil do ambiente, do estabelecimento bloqueou a gente. Depois, nós fomos no Instagram do prefeito da região, da cidade. Ele ignorou a situação”, conta.

No post, surgiram diversos relatos semelhantes de xenofobia e racismo foram contados por outros latinos. “Recebi inúmeros relatos brasileiros e outros latinos também que passaram por episódios parecidos. É realmente muito complicado isso, porque isso foi, por exemplo, na semana do meu aniversário, foi no momento que eu consegui reunir os amigos que eu fiz aqui para aproveitar, para comemorar algo. E ser barrada ali e depois ouvir o relato de outras pessoas que passaram por isso me deu uma sensação de impotência”.

“Esse episódio foi bem complicado, na verdade, porque, muitas vezes, tanto a xenofobia, como o racismo, como a homofobia, ela é num olhar, é num gesto. Muitas vezes não é falado, então você não consegue comprovar aquilo. Você só sente e dói muito, sabe?”

Mas essa história ganhou um final feliz. Ao decidir ir ao show da ídola e incentivada pelos novos amigos, Maria ficou em frente ao palco. Beyoncé leu o cartaz e falou o nome da paraense, lhe desejando parabéns. Neste momento, a paraense vibrou como quem comemora o final da Copa. Ao lado dos amigos, muitos gritos de emoção.

“Eu fui sozinha e no final, quando olhei pro lado, tinha um estádio de 75 mil pessoas cantando parabéns pra mim. E depois, quando o show começou, a própria Beyoncé me desejou parabéns falando o meu nome”, celebra a paraense.
“A vida dá umas voltas que são inacreditáveis e eu acho que a mensagem disso pra minha vida, que pode servir pra qualquer outra pessoa, é que um dia ruim é só um dia ruim”.

“Coisas extraordinárias podem acontecer com qualquer um”, diz Maria Hage.

Fonte- G1

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