Jô Soares vivia em um duplex de luxo em Higienópolis, um dos endereços mais valorizados de São Paulo. Agora, o apartamento do o apresentador, que morreu em agosto do ano passado, aos 84 anos, foi colocado à venda por R$ 12 milhões.

O imóvel de luxo ficou de fora do testamento porque o artista o havia passado para o nome da ex-mulher Flávia Pedras, em 2017. Eles haviam se mudado para o apartamento nos anos 1990. Vale destacar que Flavinha, como Jô a chamava, mantém um relacionamento com a cantora Zélia Duncan.

Filho do empresário paraibano Orlando Heitor Soares e de Mercedes Leal Soares, José Eugênio Soares, mudou-se com a família aos 12 anos, para a Europa;
Poliglota, chegou a pensar em seguir a carreira diplomática, mas seu fascínio pelo teatro falou mais alto, ainda nos anos em que estudava na Suíça;
Sua estreia se deu no papel de um americano em “O Homem do Sputnik”, filme de Carlos Manga estrelado por Oscarito, em 1958;
No mesmo ano, escrevia para o TV Mistério, programa da TV Continental, dirigido por Adolfo Celli, com Paulo Autran e Tônia Carrero no elenco. Na TV Rio, atuou no programa “Noites cariocas”. Também nesta época fez participações na TV Tupi.
Jô ocupava dois andares do edifício, que tem apenas um imóvel por andar. O “Gordo” comprou duas unidades, uma em cima da outra, e fez mudanças no local, como pode ser visto pela primeira vez em 2011, quando ele abriu as portas de sua casa para Angélica, no extinto programa “Estrelas”, e transformou em um duplex.

Um vídeo divulgado pela imobiliária responsável pela venda mostra detalhes do imóvel de luxo: “Nova exclusividade Graziella dos Imóveis. Apartamento com vista para o Vale do Pacaembu e pé direito alto, em edifício elegante na Av. Higienópolis, 628m². Venda: R$ 12.000.000, 4 dorms (1 suíte), 5 vagas. Área social com pé direito alto, sala de estar, jantar, janelões e acesso à sala de cinema com home theater. Mármores originais, ar condicionado central e janelas automatizadas e antirruído em todos os cômodos”, diz o anúncio.

O QUE TEM NO APARTAMENTO DE JÔ SOARES
Em um dos andares, o artista de fato morava. No outro, ele mantinha um enorme escritório, com muitos livros nas estantes, como uma biblioteca, e seu ateliê de artes plásticas. O apartamento tem vista para o Vale do Pacaembu, paredes e portas de madeira, fotografias e obras de arte espalhadas por seus 628 metros quadrados.

Além disso, o imóvel conta com uma biblioteca, uma barbearia e uma capela dedicada a Santa Rita de Cássia, de quem Jô era devoto. Há quatro quartos, sendo uma suíte, cinema com home theater e ar condicionado central, além de janelas automatizadas e antirruído em todos os cômodos.

Entre os muitos objetos de arte, há até uma réplica do Super-Homem na sala, em tamanho natural. Ô multi-artista chamava o local de “Espaço Cultural Jô Soares”. Era nesse andar que Jô costumava passar a maior parte de seu tempo, escrevendo, pintando, desenhando e assistindo filmes. Era lá também que ele receber os amigos mais chegados.

O imóvel moderno era decorado com móveis clássicos, como sofás brancos, paredes de madeira e até um piano de cauda, que ele tocava. No quarto, Jô mandou instalar um ofurô a dez passos da cama, com uma TV acoplada.

Os itens de decoração iam desde uma poltrona feita com bichos de pelúcia assinada pelos badalados Irmãos Campana, a uma tela original de um revólver estilizado de Roy Lichtenstein.

No escritório, uma curiosidade: o chapéu de um bombeiro que morreu no World Trade Center. Na cozinha, duas geladeiras, nos corredores fotos e caricaturas nas paredes, um altar com sua santa de devoção, Santa Rita.

Um documento emitido no 34º Cartório de Registro Civil de São Paulo, descreve que Soares morreu na madrugada de 5 de agosto de 2022 por insuficiência renal e cardíaca, estenose aórtica e fibrilação arterial.