Incêndios florestais já destruíram 2 mil hectares este ano só no DF

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Só na primeira semana de julho, foram aproximadamente 250 ocorrências atendidas pelo Corpo de Bombeiros. Saiba como ajudar nesse combate.

Os incêndios florestais estão entre os principais problemas ambientais enfrentados no país. Só para ter ideia, segundo dados do Grupo de Proteção Ambiental (Gpram) do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), de janeiro a julho deste ano foram queimados 1.903,75 hectares de vegetação no DF. Quanto às ocorrências, quase 250 foram registradas apenas na primeira semana de julho. Isso porque o Cerrado é bastante impactado pela época da seca.

Além disso, as condições da vegetação nesse período facilitam a propagação descontrolada do fogo, que pode ser provocado tanto por causas naturais quanto por ações irresponsáveis do homem.

E não é apenas a vegetação nativa que sofre, inúmeros animais perdem a vida, e as pessoas também correm risco, já que há probabilidade da chama atingir casas, galpões, armazéns e instalações rurais. Sem contar que a fumaça oriunda das queimadas causa prejuízos à saúde, como problemas respiratórios, no coração, sistema nervoso, alergias e, especialmente, intoxicação.

Os incêndios florestais ainda aceleram o desflorestamento, resultando em processos de desertificação e perda da biodiversidade.

“O fogo favorece a erosão, que é a deterioração do solo e rochas, e o assoreamento, que é o acúmulo de sedimentos levados até os cursos d’água. Então, é fundamental a adoção de um trabalho efetivo de educação ambiental na comunidade para a conscientização do quanto o fogo é danoso para todas as formas de vida”, aconselha o docente, ambientalista e integrante do movimento ambiental Guardiões do Meio Ambiente, de Sobradinho (DF), Heron Sena.

Em outra frente, as emissões resultantes da queima de biomassa vegetal, além de contribuir com o aquecimento global e as mudanças climáticas, poluem a atmosfera, causando prejuízos econômicos e sociais.

Diante de tal quadro, a Secretaria do Meio Ambiente e Proteção Animal do Distrito Federal coordena medidas de prevenção e ações de combate ao fogo, que envolvem grande esforço do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), do CBMDF, da Polícia Militar do DF, além de brigadas anti-fogo das unidades de conservação e demais órgãos que integram o Sistema Distrital de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais.

As principais causas dos incêndios vão da queima de lixo e matéria orgânica vegetal, como resto de poda, à utilização do fogo para limpeza de terreno.

De acordo com a Gpram, a população pode contribuir para prevenir esses incêndios evitando queimar lixo, destinando da maneira correta o material; e utilizando ferramentas adequadas, como enxada, roçadeira e tratores, para a limpeza de terrenos.

Outra medida, aponta o professor Heron Sena, é o processo de compostagem. “Todas as sobras de galhos e folhas, hortaliças, legumes e frutos podem passar pelo manejo adequado e virar composto orgânico, um excelente nutriente para as plantas”, argumenta.

Na Escola Classe 5 de Sobradinho, inclusive, o professor junto aos alunos fazem a compostagem. Os estudantes aprendem na prática o que deve ir para o lixo e o que pode virar adubo orgânico.

Com o intuito de alertar a população a reduzir as queimadas, o governo do Distrito Federal vem promovendo campanhas publicitárias de prevenção aos incêndios florestais.

Desde março, o governo está investindo em campanhas educativas e publicitárias, blitze, cursos, construção de aceiros e contratação de brigadistas a fim de reduzir as queimadas no Cerrado e, também, conscientizar a população.

A primeira dessas ações foi uma blitz educativa no Park Way, em parceria com o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF). Na sequência, em abril, a blitz foi para Brazlândia, próximo à Floresta Nacional.

Em maio, foi a vez do Lago Oeste receber as atividades pensadas para a preservação do Parque Nacional. Depois, a fiscalização chegou ao Jardim Botânico durante a Semana do Meio Ambiente, em junho.

A ação educativa perdurou até este mês de julho, com atividade de aceiro com uso de fogo em Planaltina, visando à preservação da unidade de conservação de Águas Emendadas.

Na prática, o aceiro significa a queima controlada do mato exótico instalado nas bordas do lado de fora das unidades de conservação. Ao todo, 25 km de borda da estação ecológica foram submetidos ao aceiro. A medida integra o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PPCIF), coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal.

Provocar incêndios florestais, seja de forma intencional ou por acidente, é crime ambiental e rende punição em instâncias variadas. Os autores respondem em esfera administrativa com multa, por exemplo, e criminal, por dolo ou culpa. Em todos os casos, é obrigatório recompor a vegetação destruída.

Fonte: Metrópoles

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