Após críticas, filho de Faustão posta esclarecimento sobre transplante

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Após a notícia de que Faustão tinha passado pela cirurgia para receber um coração novo, muitas teorias da conspiração foram criadas. Alguns internautas começaram a criticar o SUS e a afirmar que o apresentador havia passado a frente de outra pessoa que entrou na lista antes dele.Após tanta repercussão, o filho de Fausto, João Guilherme Silva, resolveu compartilhar uma postagem de Enzo Celulari. Na publicação, o rapaz mostra um tuíte do médico Pedro Carvalho, que trabalhou no setor de transplante por 10 anos.“A inclusão do Faustão na lista de transplantes do SUS está gerando muitas dúvidas e comentários equivocados. Seguem algumas informações que posso dar após mais de 10 anos trabalhando diretamente nessa área (🧶): o Brasil tem o maior sistema de transplante do mundo. Todo no SUS”, começou o especialista.

Em seguida, ele pontuou: “‘Fila’ é um termo inadequado. ‘Lista’ é melhor. Por quê? Porque há uma série de critérios para se transplantar e a gravidade do paciente é o maior deles. Alguém que morrerá iminentemente sem o transplante será transplantado antes de uma pessoa mais antiga na lista. Além disso, o doador pode não ser compatível (grupo sanguíneo, painel de anticorpos) com uma pessoa. E, aí, vai rodando a lista até achar um receptor. Claro que para pacientes em mesma situação clínica, o tempo de espera é, obviamente, um fator de decisão”, declarou Pedro.Logo depois, o médico afirmou que o processo é muito rigoroso: “A documentação do processo de doação é extremamente rígida: há cópias das equipes que conversam com familiares e das centrais estaduais e nacionais. Há testemunhas, cópias de documentos pessoais etc. A família é colocada a par de tudo. A doação é anônima: uma família que opta pela doação não sabe para quem vai doar. Isso garante a segurança dela e, principalmente, do receptor. Há como descobrir quem recebeu? Sim, mas não pelo sistema de transplantes”, disse.

E continuou: “Condições clínicas do receptor interferem na possibilidade de doação. Uma pessoa pode estar tão grave que não tem condições para suportar a cirurgia. Existem muitas lendas urbanas sobre doação: pessoas encontradas mutiladas com órgãos retirados para doação são mitos. O processo só tem condições de acontecer em ambiente hospitalar”, garantiu.

Em seguida, Pedro pediu para que as pessoas parassem de inventar coisas: “Não façam ilações ou acusações irresponsáveis de furação de filas ou interesses escusos. É um processo extremamente delicado com profissionais que desgastam muito física e mentalmente para uma única doação acontecer (imagina trabalhar só com isso). Apesar de ter o maior sistema do mundo, o Brasil tem um número de doadores muito aquém do necessário e essas acusações interferem muito no processo de doação. Vocês não têm idéia do quanto ouvimos: ‘Vimos na internet, vi na tv etc.’”, reclamou o médico.No fim, ele aconselhou: “Falem com suas famílias sobre seu desejo de ser doar, caso o pior aconteça. Não precisa assinar um documento. No Brasil, a família tem a decisão final, mas normalmente respeita-se a decisão da pessoa falecida. Um exercício de empatia após ver muita gente dizer: ‘Não quero doar, pois pode haver muita coisa errada no sistema’. Ponha-se no lugar do outro: se fosse você precisando de um órgão para ficar vivo, tenho certeza absoluta que esperaria muito o ‘sim’ de alguém à doação”.

Fonte: Metrópoles

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