Ao invés de armas o povo precisa de livros
Mabel. Como está essa defensora dos frascos e comprimidos? É só um trocadilho engraçado, amiga. Não precisa ficar me olhando com esse semblante de cobra preparando bote.
E aí, como você recebeu a notícia do toque de recolher? Que conversa… você vai respeitar sim. Nem pense em me acordar na madrugada pedindo socorro quando for presa. O aviso está dado: é todo mundo em casa a partir das 22h e pronto. Ah, como ficaria lindo o prefeito com aquele bugrezinho amarelo e gramofone na mão, gritando: vai pra casa seu teimoso!
É, amiga, a coisa está séria. Ultimamente eu só tenho me aproximado das estátuas do Belchior e do Eistein, pois sei que não irão espirrar ou tossir perto de mim. Falando em tossir, o Luciano Huck está crente de que ao invés de armas o povo precisa de livros. Onde foi que ele viu alguém atirando com livros? Se livro fosse mesmo mais importante do que arma no combate à violência, os bandidos andariam com eles na mão, e não com armas.
Quer dizer que você concorda com a prisão do deputado Daniel Silveira? Você sequer sabe o que ele quis dizer com o que disse. Se não sabe, melhor é fechar a boca e esperar que a Câmara decida. Claro, se a Câmara for a favor da manutenção da prisão, abrirá o precedente para que os demais parlamentares sejam todos presos quando fizerem careta ao STF.
E como foi lá na prefeitura? Você por acaso conseguiu se inserir entre as pessoas que irão receber o auxílio? Você precisa ter paciência e acreditar que vai dar certo. Fico imaginado como será sua vida indisposta recebendo esses auxílios federal, estadual e municipal. Se já não faz nada lisa, dirá com um dinheirinho no bolso.
Agora eu tenho que desligar. Vou no parque de exposições ver se já tem água para os policiais e assistir a sessão de julgamento do deputado por parte da Câmara. Só me ligue se for coisa séria. Por hoje chega de fofoca. Tchau Mabel.