As eleições de conselheiros para o Conselho Tutelar estão cada vez mais parecidas com as eleições partidárias, isto no modelo das campanhas, e até na compra de votos, que vem sendo denunciada em cada pleito. Tal aspecto tira a esperança dos brasileiros quanto ao empenho dos conselheiros na defesa de crianças e adolescentes antes dos padrinhos e/ou financiadores de suas campanhas.
Esse modelo de Conselho serve somente suavizar à culpa do Estado de sua desatenção a crianças e jovens. Assim como as câmaras de vereadores, que se alinham com os poderes para tirar vantagens, começando pela financeira, não se vê, ao menos em Sobral, a participação do Conselho local nas lutas pelos direitos à vida, evitando o aborto, ou em defesa da juventude que está sendo trucidada pelo tráfico.
Espera-se que os conselheiros eleitos se mostrem um pouco diferentes dos que se acomodaram e, pouco ou quase nada interferiram na melhoria da qualidade de vida dos públicos que eles dizem defender. Espera-se, também, que atinem para o compromisso de trabalharem como verdadeiros conselheiros e não reles cabos eleitorais de políticos, como ocorre com outras entidades.
Sobral, com tantos casos de estupro de crianças e outros vulneráveis, merece conselheiros ativos e compromissados com os interesses da sociedade que os elegem. Dignidade e humanidade são os princípios básicos para os que se revestem de defensores do povo, notadamente das fatias de crianças e adolescentes.

✒️Editorial Jornal Paraíso 03/10/2023