O risco da politização do tráfico

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Assim como acontece no Equador, o tráfico internacional está transformando diversos países , inclusive o Brasil, em um centro de operação do tráfico de cocaína para os Estados Unidos e a Europa. Cartéis mexicanos e colombianos começaram a recrutar membros no Equador por meio de pagamento em cocaína, o que fortaleceu o comércio local dessa droga ilegal.
O Brasil também se insere nessa rota do crime. Em 2017, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) acionou os órgãos de investigação para apurar a iniciativa de traficantes de interferir em eleições. Relatório do tribunal apontava vestígios da infiltração do crime na política pelo menos em quatro Estados: Rio de Janeiro, São Paulo, Amazonas e Maranhão.
A Justiça Eleitoral teme que o crime organizado financie candidaturas ou para que seus integrantes disputem cargos diretamente, o que abriria as portas para a formação de um narcoestado. O temor da Justiça Eleitoral deveria ser justificado, primeiro pelas idas do atual ministro da Justiça aos morros cariocas, sem precisar de segurança, o que denota a existência de um respeito mútuo com o crime.
O assassinato a tiros do candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio, no mês de setembro, sinaliza o avanço do narcotráfico sobre o poder político na América do Sul. O país da costa oeste assistiu nos últimos cinco anos ao crescimento de facções criminosas como a que reivindica o atentado. O fortalecimento institucional e a cooperação entre os países do continente são urgentes para barrar o crime, uma vez que estão em jogo a segurança das pessoas e a própria democracia.

✒️Editorial Jornal Paraíso 05/10/2023

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