Açudes cearenses já perderam este ano volume equivalente a 70% do Orós

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Os dados são do Portal Hidrológico da Cogerh, coletados pelo Diário do Nordeste na última quarta-feira (11). A companhia monitora os ganhos e perdas de água em 157 açudes diariamente.

Todo ano, a partir do mês junho, a redução média do volume dos açudes cearenses é de 73 milhões de m³ (ou 73 hm³) por semana. No último mês, porém, a perda foi maior: subiu para 95 milhões de m³ (95 hm³) semanais, conforme a Cogerh informou à reportagem.

As chuvas intensas no Ceará em 2023 abasteceram açudes importantes, mas o fim da quadra chuvosa já repercute nos volumes. Desde junho, os 157 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos Hídricos (Cogerh) já perderam 1.372,8 hm³ de água: o que, se formasse um açude, seria o 4º maior do Ceará.

Se convertido, esse volume de perda equivale a mais de 1 trilhão de litros de água – ou, para se ter uma ideia melhor, cerca de 549 mil piscinas olímpicas cheias.

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Açudes do Ceará: 3 dos 5 maiores reservatórios atingiram os melhores volumes em quase uma década.
Os dados são do Portal Hidrológico da Cogerh, coletados pelo Diário do Nordeste na última quarta-feira (11). A companhia monitora os ganhos e perdas de água em 157 açudes diariamente.

Todo ano, a partir do mês junho, a redução média do volume dos açudes cearenses é de 73 milhões de m³ (ou 73 hm³) por semana. No último mês, porém, a perda foi maior: subiu para 95 milhões de m³ (95 hm³) semanais, conforme a Cogerh informou à reportagem.

Uma preocupação que se soma ao cenário são os recentes alertas de onda de calor e baixa umidade do ar no Ceará, emitidos quase diariamente pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Cerca de 60% de toda a perda que acontece no segundo semestre no Estado, como estima a Cogerh, é causada pela evaporação da água – processo acelerado pelo aumento das temperaturas, como aponta Tércio Tavares, diretor de operações da companhia.

O gestor destaca que as gerências regionais observam, dia a dia, as réguas de medição instaladas em cada açude, para acompanhar se há ou não “uma saída de água em maior quantidade do que a prevista”.

Sobre os reflexos das recentes ondas de calor nos reservatórios de água, Tércio pontua que “num espaço curto de tempo, não conseguimos observar grandes impactos”, mas alerta que o avanço do aquecimento global pode, sim, afetar o nosso abastecimento

“A longo prazo, se continuar o aumento da temperatura global e houver frequência maior dos fenômenos extremos, como ondas de calor e seca, aí sim teremos impactos sobre as acumulações hídricas, porque teremos maior evaporação”, frisa.

Entre setembro e o início de outubro, a alta nas temperaturas afetou diversos estados, incluindo o Ceará. Segundo meteorologistas, o calor resultou de uma área de alta pressão da atmosfera que cobre a maioria das regiões brasileiras.

O Ceará, além disso, tem uma característica típica: o período conhecido como B-R-O BRÓ (meses de setembro a novembro) já conta com temperaturas médias mais altas, devido à baixa nebulosidade e maior incidência de radiação solar.

COMO É FEITO O MONITORAMENTO DOS AÇUDES

O Ceará possui, hoje, 157 açudes monitorados pela Cogerh, sendo Castanhão, Orós, Arrojado Lisboa (Banabuiú), Araras e Figueiredo os maiores deles.

A Cogerh explica que “cada açude dispõe de uma tabela que permite converter os níveis de água em volume armazenado”. A partir disso, “é possível estimar a variação diária do volume armazenado em cada um dos açudes”.

A quadra chuvosa deste ano levou os três primeiros a atingirem os maiores volumes em quase 10 anos. Já o Araras chegou a 100% da capacidade no ano passado, enquanto o Figueiredo alcançou, neste ano, cerca de 15% de cheia, o maior volume desde 2012.

Fonte- Diário do Nordeste

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