Economia brasileira recua em agosto, aponta índice do Banco Central
Na comparação com o mesmo mês de 2022, houve crescimento de 1,28%
O Banco Central (BC) divulgou que a atividade econômica brasileira teve queda em agosto deste ano. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), registrou redução de 0,77% em agosto em relação ao mês anterior, de acordo com dados ajustados para o período.
Em agosto, o IBC-Br atingiu 152,04 pontos. Na comparação com o mesmo mês de 2022, houve crescimento de 1,28%. No acumulado em 12 meses, o indicador também ficou positivo em 2,82%.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica do país e ajuda o BC a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic, definida atualmente em 12,75% ao ano. O índice incorpora informações sobre o nível de atividade de setores da economia – indústria, comércio e serviços e agropecuária –, além do volume de impostos.
Em junho e julho, o indicador havia apresentado alta, após retração em maio. A queda em agosto pode ser explicada pela piora do cenário econômico nacional e internacional, com aumento da inflação, da incerteza política e da crise hídrica.
A Selic é o principal instrumento do BC para alcançar a meta de inflação. Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida e controlar os preços. Quando o Copom reduz a Selic, a intenção é estimular a produção e o consumo. A taxa básica de juros tem influência limitada sobre os preços finais aos consumidores.
De março de 2021 a agosto de 2022, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo de aperto monetário que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis. Por um ano, de agosto do ano passado a agosto deste ano, a taxa foi mantida em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas. Em setembro deste ano, o Copom iniciou um ciclo de cortes na Selic, que deve seguir com reduções de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços finais produzidos por um país. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses de 2023. Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%. O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. No primeiro semestre de 2023, a alta registrada foi de 3,7%.
O IBC-Br emprega uma metodologia diferente da utilizada para medir o PIB oficial da economia brasileira. Segundo o próprio BC, o índice “contribui para a elaboração de estratégia da política monetária” do país, mas “não é exatamente uma prévia do PIB.”8de10