Tesouro Direto registra queda nas vendas em setembro

Foto: Agência Brasil
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Segundo o Tesouro Nacional, as vendas somaram R$ 3,199 bilhões no mês passado

O programa de investimento em títulos públicos pela internet, o Tesouro Direto, teve um desempenho fraco em setembro, com uma queda de 12,6% nas vendas em relação a agosto. Segundo o Tesouro Nacional, as vendas somaram R$ 3,199 bilhões no mês passado, valor próximo ao registrado em setembro de 2020.

A queda nas vendas pode ser explicada pela instabilidade no mercado financeiro global, que afetou a confiança dos investidores. Em março deste ano, o Tesouro Direto havia batido o recorde histórico de vendas, com R$ 6,842 bilhões.

Os títulos mais vendidos em setembro foram os corrigidos pela taxa Selic, os juros básicos da economia, que representaram 64,4% do total. Esses títulos são considerados os mais seguros e rentáveis do programa, pois acompanham a variação da taxa Selic, que está em 12,75% ao ano.

Em setembro de 2021, o Banco Central iniciou um ciclo de alta da Selic, que estava em 2% ao ano, o menor nível da história. Desde então, a taxa subiu para 13,75% ao ano em setembro de 2022 e se manteve nesse patamar até setembro deste ano. Apesar das reduções recentes na Selic, as taxas ainda estão atrativas para os investidores.

Os outros tipos de títulos oferecidos pelo Tesouro Direto tiveram uma participação menor nas vendas. Os títulos indexados à inflação (IPCA) ficaram com 20,5% do total; os prefixados, com juros definidos no momento da compra, ficaram com 10,4%; e os novos títulos destinados ao financiamento de aposentadorias (Tesouro Renda+) e de educação superior (Tesouro Educa+), lançados neste ano, ficaram com 3,9% e 0,9%, respectivamente.

Apesar da queda nas vendas, o estoque total do Tesouro Direto cresceu 2,5% em setembro em relação a agosto, alcançando R$ 123,35 bilhões. Esse aumento se deve ao fato de que as vendas superaram os resgates em R$ 1,74 bilhão no mês passado. Em relação a setembro do ano passado, o estoque teve uma alta de 42,1%.

O estoque total do Tesouro Direto ultrapassou pela primeira vez o patamar de R$ 120 bilhões. O volume de títulos associados ao programa chegou a R$ 121,611 bilhões no fim de setembro, um aumento de 1,43% em relação a agosto e de 23,5% em relação a setembro de 2020. As vendas superaram os resgates em R$ 758,7 milhões no mês passado.

O número de investidores também cresceu em setembro. O programa registrou 354,6 mil novos cadastros no mês passado, totalizando 25.830.465 investidores. Nos últimos 12 meses, o número de investidores acumula uma alta de 22,1%. O total de investidores ativos (que possuem operações em aberto) chegou a 2.403.490, um aumento de 15% em 12 meses.

O Tesouro Direto é um programa voltado para os pequenos investidores. Em setembro, a maioria das vendas foi de até R$ 5 mil por operação (84,6%). As aplicações de até R$ 1 mil representaram 63,1%. O valor médio por operação foi de R$ 5.455,25.

Os investidores também mostraram preferência por títulos de médio prazo. As vendas de títulos com vencimento entre 1 e 5 anos representaram 33,4% do total; as vendas de títulos com vencimento entre 5 e 10 anos representaram 49,3%; e as vendas de títulos com vencimento acima de dez anos representaram apenas 17,3%.

O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 com o objetivo de popularizar o investimento em títulos públicos e permitir que as pessoas físicas pudessem comprar esses títulos diretamente do Tesouro Nacional, pela internet, sem a intermediação de agentes financeiros.

Para investir no Tesouro Direto, o aplicador só precisa pagar uma taxa semestral para a B3, a bolsa de valores brasileira, que é responsável pela custódia dos títulos. Mais informações sobre o programa podem ser obtidas no site do Tesouro Direto.1de10

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