A corrupção é um obstáculo para a entrada do Brasil na organização econômica internacional. O relatório questiona a independência efetiva dos agentes da lei no país e cita casos recentes que alcançaram repercussão mundial. A insegurança jurídica agora constatada pela OCDE já é conhecida por qualquer brasileiro que acompanha minimamente o noticiário.
As leis parecem brandas demais diante daqueles que gozam de poder político e econômico. Os escândalos se sobrepõem como uma avalanche, desafiando a capacidade do cidadão de acompanhar o desfecho de cada um. A comparação com outros países ajuda a dar a dimensão dos recursos que escoam pelo ralo. O Brasil está na 96ª colocação do ranking elaborado pela Transparência Internacional que mede a percepção sobre a corrupção.
A mudança dessa imagem negativa passa não só pela repressão, mas também pela prevenção. Esse talvez seja o calcanhar de Aquiles do país no trato com o dinheiro público. Menos de 2% das organizações públicas do Brasil têm um sistema de proteção adequado para combate a fraudes.
A solidez institucional está na base do desenvolvimento de uma nação. Fiscalizar as instituições, conferir prestações de contas e exigir transparência são tarefas que envolvem inúmeros órgãos e, claro, a população, como parte mais interessada. O combate à corrupção no Brasil tem sido marcado por avanços e retrocessos. Iniciativas corajosas são muitas vezes dragadas pelo ambiente já acomodado com os desvios.